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50% (filme)
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50%

Avaliação:
7.5/10

7.5/10

Crítica | Ficha técnica

A expectativa sobre o filme 50% (50/50) carrega várias desconfianças. Uma comédia dramática sobre um rapaz de 27 que descobre que está com câncer? Como fazer rir com uma situação dessa? Ainda mais considerando que, se tem Seth Rogen no elenco, deve estar cheia de piadas sujas. Além disso, na direção está Jonathan Levine, cujos melhores filmes são Meu Namorado é um Zumbi (Warm Bodies, 2013) e Casal Improvável (Long Shot, 2019). Não são ruins, mas não garantem que o diretor tenha tato para lidar com o tema aqui abordado.

Por isso, 50% surpreende positivamente. O filme consegue fazer rir, mas nunca deixa a sensibilidade de lado. Faz chorar, também, pois Joseph Gordon-Levitt (o protagonista Adam, que enfrenta o câncer) entrega uma interpretação tocante. Facilmente ele nos coloca ao seu lado, ou dentro do seu personagem mesmo. Assim, sentimos toda a sua dor e seu desespero, desde que recebe a má notícia (numa cena muito bem dirigida, na qual a voz e a imagem do médico se tornam incompreensíveis, como de fato acontece diante de algo tão grave).

O bromance

A dor se agrava com a atitude da namorada Rachael (Bryce Dallas Howard). Ela já o traía e continua traindo-o, ao invés de lhe dar apoio.

Por outro lado, ele conta com o companheirismo de seu melhor amigo Kyle (Seth Rogen), aproximando o filme de um bromance (sobre uma relação muito forte entre amigos). Esse personagem coadjuvante é um achado, e Seth Rogen cai como uma luva nele por conta de seu jeito bruto e gozador. Apesar da doença, Kyle continua tratando o amigo como antes. Inclusive chamando-o para encontrar mulheres para transar, depois que ele mesmo consegue desmascarar a namorada traíra dele. Parece até uma certa insensibilidade, como se Adam estivesse com uma doença facilmente curável, e não um raro câncer na coluna com apenas 50% de chance de cura.

A descoberta de que Kyle está, de fato, preocupadíssimo e se empenhando muito para ajudar o amigo acontece num momento de rara delicadeza: Adam encontra um livro na casa de Kyle, com muitas anotações, chamado “Enfrentando o câncer juntos”. É de aquecer o coração.

Quem realmente importa

Em paralelo, o que ajuda Adam nesse processo de tratamento é a terapia. Na verdade, não exatamente por causa das sessões, já que a futura doutora Katherine (a ótima Anna Kendrick) ainda não tem experiência na função. Mas pelo relacionamento pessoal que vai, aos poucos, se desenvolvendo entre os dois. Acabam se ajudando, e transformando o filme numa comédia romântica, com um meet cute dos mais originais.

Para completar essa bem construída narrativa, surge ainda a mãe de Adam. Interpretada por Anjelica Huston, a “mãe doida”, segundo o protagonista, mostrará que é uma das pessoas que realmente importam em sua vida. Entre as lições que Adam aprende nesse processo, distinguir quem vale realmente a pena ter por perto talvez seja a mais essencial.

Enfim, contrariando as expectativas, 50% surpreende. Um filme que consegue ser sensível ao lidar com um tema sério, e ainda engraçado com piadas sujas.  

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Ficha técnica:

50% | 50/50 | 2011 | 100 min | EUA | Direção: Jonathan Levine | Roteiro: Will Reiser | Elenco: Joseph Gordon-Levitt, Seth Rogen, Anna Kendrick, Bryce Dallas Howard, Anjelica Huston, Serge Houde, Andrew Airlie, Matt Frewer, Philip Baker Hall, Sugar Lyn Beard, Sarah Smyth, Jessica Parker Kennedy.

Onde assistir:
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