A 9ª Mostra Ecofalante de Cinema será realizada de forma inteiramente online e gratuita a partir de 12 de agosto, com dois programas competitivos: a Competição Latino-Americana e o Concurso Curta Ecofalante.
A Mostra Ecofalante de Cinema é o mais importante evento audiovisual sul-americano dedicado às temáticas socioambientais. Sua programação exibe mais de 90 títulos de diversos países, além de debates que discutirão temas como ativismo, consumo, economia, emergência climática, povos e lugares, tecnologia e trabalho.
Na Competição Latino-Americana, serão premiados os melhores filmes de temática socioambiental da região. Entre mais de 500 inscritos, foram selecionados 25 filmes, entre longas e curtas-metragens, reunindo nesta edição títulos de diretores consagrados, como os brasileiros Jorge Bodanzky, Lírio Ferreira, Marcelo Gomes, Daniela Thomas, Wolney Oliveira, Estêvão Ciavatta e Petrus Cariry.
O Concurso Curta Ecofalante reúne curtas-metragens produzidos por estudantes. Nesta edição, que conta com apoio do WWF-Brasil, os filmes inscritos precisam abordar temáticas relacionadas a pelo menos um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) propostos pela ONU na Agenda 2030 – são 17 objetivos que abrangem temas como erradicação da pobreza, saúde de qualidade, combate às mudanças climáticas e igualdade de gênero. A quantidade de inscrições foi recorde: 134 filmes submetidos por estudantes de 77 instituições de ensino em 16 estados, representando todas as regiões do Brasil. Dentre eles, 24 foram selecionados para concorrer ao prêmio de Melhor Curta Ecofalante.
A Mostra Ecofalante de Cinema é viabilizada através da Lei de Incentivo à Cultura e do Programa de Apoio à Cultura (ProAC). Tem patrocínio do Mercado Livre e da SPCine, e apoio da White Martins, da Kimberly-Clark e Pepsico. É uma produção da Doc & Outras Coisas, co-produção da Química Cultural. A realização é da Ecofalante, do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, do Ministério do Turismo e do Governo Federal.
Mais informações sobre a 9ª Mostra Ecofalante de Cinema poderão ser acessadas através do site e das redes sociais:
instagram.com/mostraecofalante
Confira os filmes selecionados:
Competição Latino-Americana
Longas
A Jangada de Welles
(Brasil, 2019, 75’) – Dir. Firo Holanda e Petrus Cariry
Acqua Movie (Brasil, 2019, 105’) – Dir. Lírio Ferreira (foto/©FredJordao)
Amazônia Sociedade Anônima (Brasil, 2019, 72’) – Dir. Estêvão Ciavatta
Deus (Chile, 2019, 63’) – Dir. Christopher Murray, Josefina Buschmann e Israel Pimentel
Estou me guardando para quando o carnaval chegar (Brasil, 2019, 85’) – Dir. Marcelo Gomes
Indianara (Brasil, 2019, 92’) – Dir. Aude Chevalier-Beaumel, Marcelo Barbosa
Soldados da Borracha (Brasil, 2019, 82’) – Dir. Wolney Oliveira
Suspensão (Colômbia, 2019, 73’) – Dir. Simón Uribe
Médias e Curtas
C.I.T.A. (Cooperativa Industrial Têxtil Argentina)
(Argentina, 2019, 19’) Dir. Lucas Molina, Tadeo Suarez e Marcos Pretti
Caranguejo Rei (Brasil, 2019, 23’) – Dir. Enock Carvalho, Matheus Farias
Guaxuma (Brasil, 2018, 14’) – Dir. Nara Normande
Liberdade (Brasil, 2018, 25’) – Dir. Pedro Nishi, Vinícius Silva
Mamapara (Peru/Argentina/Bolívia, 2020, 17’) – Dir. Alberto Flores Vilca
Mitos Indígenas em Travessia (Brasil, 2019, 22’) – Dir. Julia Vellutini, Wesley Rodrigues
Nova Iorque, mais uma cidade (Brasil/EUA, 2019, 18’) – Dir. André Lopes, Joana Brandão
Nove Águas (Brasil, 2019, 25’) – Dir. Gabriel Martins, Quilombo dos Marques
O Delegado (Colômbia, 2019, 26’) – Dir. Samuel Moreno Alvarez
O Fim da Eternidade (Argentina/Peru, 2019, 10’) – Dir. Pablo Radice
O Fogo que Vimos (Argentina, 2019, 12’) – Dir. Pilar Condomí, Candelaria Gutierrez
O Levante dos Andes – A Cidade-tampão que se Reinventa Através da Arquitetura
(Alemanha/Bolívia, 2019, 14’) – Dir. Bernardo Villagra Meruvia
Por Trás da Cortina Verde (Brasil, 2019, 29’) – Dir. Caio Silva Ferraz, Paulo Plá
Resplendor (Brasil, 2019, 52’) – Dir. Claudia Nunes, Erico Rassi
Ruivaldo, o Homem que Salvou a Terra (Brasil, 2019, 43′) – Dir. Jorge Bodanzky
Suquía (Argentina, 2019, 13’) – Dir. Ezequiel Salinas
Tuã Ingugu (Brasil, 2019, 11’) – Dir. Daniela Thomas
Concurso Curta Ecofalante
Ângelo
(Brasil, 2020, 28’) – Dir. Mariana Machado
Beat é protesto – O funk pela ótica feminina (Brasil, 2019, 23’21”) – Dir. Mayara Efe
Cancha – Domingo é dia de jogo (Brasil, 2020, 17’34”) – Dir. Welyton Crestani
Cantos de Origem (Brasil, 2019, 20’) – Dir. Marcella Ferrari, Brenda Zacharias, Paulina Meza, Chico Sales e Gislene Nogueira
Cerrado de Volta: A Restauração na Chapada dos Veadeiros (Brasil, 2019, 13’58”) – Dir. Cleisyane Quintino
Cidade De Quem Corre (Brasil, 2019, 11’29”) – Dir. Fernando Martins
Como Se Fossem Máquinas (Brasil, 2018, 28’11”) – Dir. João de Mari
Contratempos (Brasil, 2019, 7’48”) – Dir. Matheus Santos
Cor de Pele (Brasil, 2019, 3’40”) – Dir. Larissa Barbosa
Correntes (Brasil, 2020, 14’51”) – Dir. Charles dos Santos
De Canto Em Canto (Brasil, 2019, 13’15”) – Dir. Júlia Maria
Desculpe Interromper o Silêncio de Sua Viagem (Brasil, 2018, 12’16”) – Dir. Maiara Astarte
Elemento Suspeito (Brasil, 2019, 9’18”) – Dir. Gustavo Paixão
Entre Mães (Brasil, 2019, 24’36”) – Dir. Nicoly Cruvinel
Estado de Neblina (Brasil, 2019, 18’43”) – Dir. Bruno Ramos
Hoje Eu Não Fico no Vestiário (Brasil, 2019, 12’) – Dir. Nicole Lopes
Hoje sou Felicidade (Brasil, 2019, 20’) – Dir. João Luís e Tiago Aguiar
Nem Puta Nem Santa (Brasil, 2019, 7’) – Dir. Alana Ferreira
O Garoto do Fim do Mundo (Brasil, 2019, 20’) – Dir. Antônio Victor e Lailson Brito
O verbo se fez carne (Brasil, 2019, 6’28”) – Dir. Ziel Karapotó
Perpétuo (Brasil, 2018, 24’) – Dir. Lorran Dias
Território: nosso corpo, nosso espírito (Brasil, 2019, 27’) – Dir. Clea Torres e João Paulo Fernandes
Vidas que Correm (Brasil, 2019, 9’30”) – Dir. Coletivo de Alunos
Vivi Lobo e o Quarto Mágico (Brasil, 2019, 12’59”) – Dir. Isabelle Santos e Edu MZ Camargo
SINOPSES:
Competição Latino Americana
Longas
A Jangada de Welles
(Brasil, 2019, 75’)
Direção: Firo Holanda, Petrus Cariry
Em 1942, Orson Welles filmava no Brasil o documentário It’s All True (É Tudo Verdade), sobre o carnaval carioca e os jangadeiros cearenses. O líder desses pescadores, Manuel “Jacaré”, morreria acidentalmente nas filmagens no Rio de Janeiro. Este fato evoca memórias do Estado Novo, da atribulada passagem de Welles pelo Brasil e da luta dos jangadeiros por direitos trabalhistas.
Acqua Movie (Brasil, 2019, 105’)
Direção: Lírio Ferreira
Numa fria manhã na cidade de São Paulo, Cícero, um menino de 12 anos, depara-se com seu pai morto no banheiro de casa, vitimado por um infarto fulminante. Sua mãe está na floresta amazônica realizando um documentário sobre causas indígenas. Esse é o ponto de partida deste filme de estrada onde mãe e filho tentam, em meio ao sol escaldante do semiárido nordestino, atravessado por canais de transposição das águas do Rio São Francisco, reinventar a narrativa do afeto.
Amazônia Sociedade Anônima (Brasil, 2019, 72’)
Direção: Estêvão Ciavatta
Diante do fracasso do governo brasileiro em proteger a Amazônia, índios e ribeirinhos, em uma união inédita liderada pelo Cacique Juarez Saw Munduruku, enfrentam máfias de roubo de terras e desmatamento ilegal para salvar a floresta.
Deus (Chile, 2019, 63’)
Direção: Christopher Murray, Josefina Buschmann, Israel Pimentel
Em um país no fim do mundo, chega a mais alta autoridade da Igreja Católica. O Papa vem trazer a palavra de Deus, mas o Chile o espera em meio à crise religiosa mais importante de sua história.
Estou me guardando para quando o carnaval chegar (Brasil, 2019, 85’)
Direção: Marcelo Gomes
A cidade de Toritama é um microcosmo do capitalismo implacável: a cada ano, mais de 20 milhões de jeans são produzidos em fábricas de fundo de quintal. Os moradores trabalham sem parar, orgulhosos de serem os donos do seu próprio tempo. Durante o Carnaval – o único momento de lazer do ano -, eles transgridem a lógica da acumulação de bens, vendem seus pertences sem arrependimentos e fogem para as praias em busca de uma felicidade efêmera.
Indianara (Brasil, 2019, 92’)
Direção: Aude Chevalier-Beaumel, Marcelo Barbosa
A revolucionária Indianara luta com seu bando pela sobrevivência das pessoas transgêneras no Brasil. No abrigo que ela fundou, nas ruas e nas manifestações, ela se empenha em colocar em prática seus ideais, inclusive em seu relacionamento com Maurício, seu marido. Perto dos seus cinquenta anos, frente aos ataques do seu partido político e sofrendo o avanço do totalitarismo, ela junta suas força para um último ato de resistência.
Soldados da Borracha (Brasil, 2019, 82’)
Direção: Wolney Oliveira
A saga de cerca de 60 mil brasileiros, enviados para a região amazônica pelos governos do Brasil e dos Estados Unidos durante a segunda Guerra Mundial, em mirabolante plano para extrair látex, material estratégico imprescindível para a vitória dos Aliados. As promessas da volta a casa como heróis da pátria e de aposentadoria equivalente à dos militares, nunca se cumpriram. Hoje centenas deles, já com idade avançada e em situação de pobreza, esperam o dia do reconhecimento oficial.
Suspensão (Colômbia, 2019, 73’)
Direção: Simón Uribe
Nas selvas do sul da Colômbia, há uma grande ponte de concreto abandonada. A ponte colide com a montanha, e é o fim de uma estrada que não leva a lugar algum. Esse trabalho de infraestrutura simboliza a obsessão de várias gerações de engenheiros, que tentaram transpor as imponentes montanhas ao pé da Amazônia. Depois de quase um século de tentativas, as promessas de uma estrada moderna se perderam, e a ponte se tornou cenário das situações mais absurdas. Trabalhadores, engenheiros e turistas passam pelo teatro ilusório da infraestrutura. Todos parecem perdidos no tempo, até que ocorre um incidente inesperado.
Médias e curtas
C.I.T.A. (Cooperativa Industrial Têxtil Argentina)
(Argentina, 2019, 19’)
Direção: Lucas Molina, Tadeo Suarez, Marcos Pretti
C.I.T.A. (Cooperativa Industrial Têxtil Argentina) relata a resistência e o espírito de luta de um grupo de trabalhadores que seguem funcionando de modo cooperativo, apesar das diferentes políticas neoliberais que atentam contra o crescimento da indústria nacional. A filmagem teve lugar em plena crise do governo macrista, e ninguém sabia que as imagens aqui recolhidas da produção industrial da cooperativa seriam as últimas.
Caranguejo Rei (Brasil, 2019, 23’)
Direção: Enock Carvalho, Matheus Farias
Eduardo (Tavinho Teixeira) tem uma doença misteriosa em seu corpo. A aparição de caranguejos por toda a cidade do Recife pode ter algo a ver com isso.
Guaxuma (Brasil, 2018, 14’)
Direção: Nara Normande
Eu e a Tayra crescemos juntas na praia de Guaxuma. A gente era inseparável. O sopro do mar me traz boas lembranças.
Liberdade (Brasil, 2018, 25’)
Direção: Pedro Nishi, Vinícius Silva
Abou é um artista guineense que vive com outros imigrantes africanos em uma pensão no bairro da Liberdade em São Paulo. Entre eles, vive Satsuke, uma mulher japonesa misteriosa que parece estar na casa há muitas décadas. Sow, um jovem guineense, está tentando chegar na casa para começar uma vida no Brasil, mas fica preso na imigração no aeroporto. Vidas estrangeiras habitam o bairro da Liberdade, um lugar de passado sombrio.
Mamapara (Peru/Argentina/Bolívia, 2020, 17’)
Direção: Alberto Flores Vilca
No altiplano peruano, Honorata Vilca, uma senhora analfabeta de ascendência quíchua, mora com seu cão e se dedica à venda de doces. Quando começa a estação das chuvas, ela relata passagens de sua vida, até que uma tarde, algo fatal acontece que parece fazer o próprio céu chorar.
Mitos Indígenas em Travessia (Brasil, 2019, 22’)
Direção: Julia Vellutini, Wesley Rodrigues
Seis histórias indígenas dos tempos antigos das etnias Kuikuro (Aldeia Afukuri, Terra Índígena Parque do Xingu, Mato Grosso), Javaé (Aldeia São João, Terra Indígena Parque do Araguaia, Ilha do Bananal, Tocantins) e Kadiwéu (Aldeia São João, Terra Indígena Kadiwéu, Mato Grosso do Sul). Entre as histórias: A Ema, O Menino-Peixe, As Mulheres Sem Rosto, A Via Láctea, A Menina Cobra, e O Urubu-Rei.
Nova Iorque, mais uma cidade (Brasil/EUA, 2019, 18’)
Direção: André Lopes, Joana Brandão
Jovem liderança e realizadora audiovisual, Patrícia Ferreira vem sendo reconhecida pelos documentários que realiza com o seu povo, os Guarani Mbya. Ao ser chamada para debater seus trabalhos em um dos maiores festivais de cinema etnográficos do mundo, o Margaret Mead Film Festival, realizado no Museu Americano de História Natural, em Nova Iorque, Patrícia se depara com uma série de exposições, debates e atitudes que a fazem refletir sobre o mundo dos “juruá”, contrastando-o com os modos de existência guarani.
Nove Águas (Brasil, 2019, 25’)
Direção: Gabriel Martins, Quilombo dos Marques
Em 1930, Marcos e seu grupo de descendentes de escravizados saíram do Vale do Jequitinhonha rumo ao Vale do Mucuri. Fugindo da seca, da fome e da violência no campo, os quilombolas buscavam um novo território para construir sua comunidade. Dos tempos do desbravamento aos atuais, a história de luta por água e terra protagonizada pelos moradores do Quilombo Marques, no Vale do Mucuri, em Minas Gerais.
O Delegado (Colômbia, 2019, 26’)
Direção: Samuel Moreno Alvarez
Fernando, um indígena Kamëntsá comum, foi eleito delegado. Ele deve superar seus próprios dilemas e decidir se realmente gosta do que faz, ou se quer voltar à sua antiga vida.
O Fim da Eternidade (Argentina/Peru, 2019, 10’)
Direção: Pablo Radice
O filme reúne crônicas antigas que registram sonhos coletivos, por meio de testemunhos dos moradores mais antigos da comunidade Ese Eja, evidenciando a solidão e o esquecimento da comunidade nativa.
O Fogo que Vimos (Argentina, 2019, 12’)
Direção: Pilar Condomí, Candelaria Gutierrez
Depois de ver uma foto em um jornal sobre uma série de incêndios florestais na Patagônia, duas jovens decidem, em um jogo aleatório, viajar para Bariloche. Elas vão procurar o fogo e, em vez disso, encontram os membros da brigada da S.P.L.I.F. (Serviço de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais). Enquanto estiveram com eles, não houve fogo. O único fogo que viram foi gerado especialmente para elas. Um ensaio que procura, através destes homens, fazer uma reflexão sobre a escala humana em relação à paisagem.
O Levante dos Andes – A Cidade-tampão que se Reinventa Através da Arquitetura
(Alemanha/Bolívia, 2019, 14’)
Direção: Bernardo Villagra Meruvia
El Alto, na Bolívia, está crescendo rapidamente – sem controle, mas não sem forma. Investigando a estética urbana, encontramos os Cholets: palácios em miniatura que servem como instalações residenciais e comerciais para ricas famílias indígenas Aymara. As construções coloridas e brilhantes se assemelham a naves espaciais perdidas nos terrenos baldios urbanos. O duplo movimento entre os comentários dos especialistas e a sinfonia da cidade revela as bases sociais dessa arquitetura eclética.
Por Trás da Cortina Verde (Brasil, 2019, 29’)
Direção: Caio Silva Ferraz, Paulo Plá
O documentário apresenta a dura realidade enfrentada pelas comunidades camponesas da região do Alto Vale do Jequitinhonha, no Nordeste de Minas Gerais, diante da degradação socioambiental provocada pela implantação da monocultura do eucalipto desde a década de 1970. Este é um pequeno recorte narrado por sujeitos do próprio lugar em sintonia com diversos estudos científicos realizados sobre o caso.
Resplendor (Brasil, 2019, 52’)
Direção: Claudia Nunes, Erico Rassi
A Comissão Nacional da Verdade, instalada em 2011 para apurar crimes cometidos durante a ditadura militar, trouxe a público um capítulo ainda muito obscuro da nossa história: a existência de um centro de detenção indígena, na cidade de Resplendor (MG), chamado Reformatório Krenak. Instalado primeiramente dentro do território da etnia Krenak, e posteriormente transferido para Carmésia, aprisionou e torturou não apenas indígenas Krenak, mas diversas outras etnias como os Pataxó, impondo restrições às suas práticas ancestrais sob implacável vigilância dos militares. O documentário mostra como funcionou este campo de concentração, e as conseqüências deste trauma coletivo para os povos indígenas afetados.
Ruivaldo, o Homem que Salvou a Terra (Brasil, 2019, 45′)
Direção: Jorge Bodanzky
No Brasil, no estado de Mato Grosso do Sul, na região do rio Taquari, o crescente e contínuo assoreamento dos rios levou ao transbordamento de águas e inundações de terras ao longo dos anos, causando mudanças significativas na vida de seus habitantes. Isso tornou impossível cultivar o solo e criar gado, um meio de subsistência para as famílias locais. Um membro dessas famílias, Ruivaldo Nery Andrade, nosso personagem guia, luta para salvar sua fazenda, construindo um sistema de diques manual para conter e alterar o curso das águas invasoras e, assim, retomar suas atividades e garantir a sobrevivência da terra. Com entrevistas locais e conduzido pelo fotógrafo João Farkas, que fotografa o Pantanal há seis anos, mostramos a riqueza da região e também como a trajetória de vida de Ruivaldo e de outros personagens foi afetada pela tragédia ambiental que ocorreu ali e a luta para reverter essa situação recorrendo à soluções engenhosas e criativas.
Suquía (Argentina, 2019, 13’)
Direção: Ezequiel Salinas
Uma jornada pela memória do rio Suquía, um rio escuro, cheio de desespero e ressentimento pelo seu povo. Mas, como o Nilo, o Sena ou o Ganges, é um rio tem muito a sussurrar sobre a cidade que viu crescer nas suas margens.
Tuã Ingugu (Brasil, 2019, 11’)
Direção: Daniela Thomas
Na cosmogonia dos Kalapalo, etnia que vive no parque indígena do Xingú, a água é tão antiga quanto os humanos e é a fonte da vida. É dali que vem todo o sustento dos originários, seu alimento, sua bebida, seu banho, sua alegria. A ideia de usar a água como lixeira, de envenenar a água é uma distopia. Em Tuã Ingugu (Olhos D’Água) o cacique Faremá – da aldeia Caramujo, nas margens do rio Kuluene – nos conta sobre o nascimento da água e nos adverte sobre os consequências de desrespeitá-la.
Concurso Curta Ecofalante
Ângelo
(Brasil, 2020, 28’)
Direção: Mariana Machado
A partir de um olhar íntimo e familiar constrói-se este retrato multifacetado de Ângelo Machado, avô, cientista, professor, dramaturgo, escritor, ambientalista e zoólogo, estudioso de libélulas e borboletas.
Beat é protesto – O funk pela ótica feminina (Brasil, 2019, 23’21”)
Direção: Mayara Efe
Onde estão e quem são as minas que compõem o movimento do funk? O funk sempre foi uma forma de protesto e ser mulher também é! O Beat é Protesto – O funk pela ótica feminina é um documentário curta metragem que retrata sobre a cena underground das mulheres no funk de protesto da última década de São Paulo. Os depoimentos vêm de mulheres transgênero, cisgênero que transitam em diferentes funções dentro desse universo como cantoras, DJs, beatmakers, produtoras, empresárias, MCs, dançarinas e também de drag queens.
Cancha – Domingo é dia de jogo (Brasil, 2020, 17’34”)
Direção: Welyton Crestani
Há 20 anos, a Vila Verde encontrou no futebol de várzea o caminho para a autonomia da comunidade. Através da paixão de Carlinhos, vemos a trajetória do Campeonato de Futebol da Vila Verde.
Cantos de Origem (Brasil, 2019, 20’)
Direção: Marcella Ferrari, Brenda Zacharias, Paulina Meza, Chico Sales e Gislene Nogueira
Qual é o lugar de fala das mulheres migrantes na antropofágica São Paulo? Quais os extremos desse território? No curta Cantos de Origem, as vozes de três cantoras migrantes são entrelaçadas pela música e percorrem o coração econômico da América Latina resgatando suas suas origens enquanto projetam seu futuro sem fronteiras.
Cerrado de volta: a restauração na Chapada dos Veadeiros (Brasil, 2019, 13’58”)
Direção: Cleisyane Quintino
Na contramão do desmatamento, moradores da Chapada dos Veadeiros e pesquisadores se empenham na restauração de áreas degradadas por pastagens e incêndios. Todos os anos, eles se reúnem em Alto Paraíso para discutir pesquisas que ajudam a trazer o Cerrado de volta. Em 2019, acompanhamos o VII Encontro de Pesquisadores da Chapada dos Veadeiros realizado na cidade de Alto Paraíso (GO). O encontro é uma realização do ICMBio e da UnB e conta com a participação de pesquisadores de outras instituições brasileiras.
Cidade De Quem Corre (Brasil, 2019, 11’29”)
Direção: Fernando Martins
Cidade De Quem Corre é um mini documentário sobre o cotidiano de entregadores de aplicativos que percorrem a cidade de São Paulo em bicicletas.
Como Se Fossem Máquinas (Brasil, 2018, 28’11”)
Direção: João de Mari
Documentário que discute a escravidão contemporânea na construção civil – “Sabe-se que hoje não se encontra mais a figura do antigo escravo negro, acorrentado a uma bola de ferro. Porém, esse é o estereótipo que aparece no imaginário das pessoas” – e seu terrível impacto na vida dos trabalhadores.
Contratempos (Brasil, 2019, 7’48”)
Direção: Matheus Santos
Quando Isaac rasga a calça a caminho de um importante teste de violino que poderá mudar seu futuro, seu pai Kleber conta os minutos para o teste procurando uma costureira com o filho.
Cor de Pele (Brasil, 2019, 3’40”)
Direção: Larissa Barbosa
O curta-metragem Cor de Pele se enuncia através de um poema, retratando questões que permeiam a vida de mulheres negras como o machismo e o racismo, mas também a ancestralidade e a força que essas mulheres encontram em sua união. Entendendo que essas narrativas apesar de distintas estão calcadas em uma mesma raiz.
Correntes (Brasil, 2020, 14’51”)
Direção: Charles dos Santos
Mãe, esposa e filha falam sobre a realidade de se conviver com a ausência de um ente querido encarcerado.
De Canto Em Canto (Brasil, 2019, 13’15”)
Direção: Júlia Maria
Nascido no dia do músico, Francisco Alves é um reciclador que encanta as pessoas com sua linda voz enquanto busca o sustento da sua família através das coisas que encontra pelas ruas. Apesar da imensa dificuldade econômica, Francisco acredita que a música o ajuda a ser um homem melhor e mais feliz.
Desculpe Interromper o Silêncio de Sua Viagem (Brasil, 2018, 12’16”)
Direção: Maiara Astarte
Documentário que retrata o dia a dia dos vendedores ambulantes do Rio de Janeiro, eles contam sobre seus sonhos, anseios e a dura realidade que realizam todos os dias nos ônibus da cidade.
Elemento Suspeito (Brasil, 2019, 9’18”)
Direção: Gustavo Paixão
Um retrato da relação de jovens negros da periferia com a atividade policial.
Entre Mães (Brasil, 2019, 24’36”)
Direção: Nicoly Cruvinel
Através de entrevistas com 3 mães de origens e vivências diferentes, o filme discute os locais comuns presentes no universo da mulher e da mãe. Buscando questionar a existência de um amor materno incondicional, o documentário discursa acerca do papel da mulher na sociedade e cria um espaço de escuta e reflexão.
Estado de Neblina (Brasil, 2019, 18’43”)
Direção: Bruno Ramos
Numa quebrada em ruínas um grupo de adolescentes vive à deriva até que um deles adentra na floresta assombrada para saber o que há adiante.
Hoje Eu Não Fico no Vestiário (Brasil, 2019, 12’)
Direção: Nicole Lopes
Não é novidade que o esporte move paixões, especialmente quando se trata de futebol no Brasil. Mas, nem todas as formas de amor são permitidas dentro e fora de campo. Nesse cenário, o time poliesportivo curitibano, Capivara Esporte Clube, relata as suas experiências no combate a homofobia e na inclusão de homens e mulheres homossexuais no esporte tradicional.
Hoje sou Felicidade (Brasil, 2019, 20’)
Direção: João Luís e Tiago Aguiar
Em Hoje Sou Felicidade, Aldir Felicidade, negro, cadeirante, periférico e intérprete de samba 14 vezes campeão do carnaval de desfile das escolas de samba de Recife, conta: se faz samba não apesar das dificuldades, mas para as enfrentar.
Nem Puta Nem Santa (Brasil, 2019, 7’)
Direção: Alana Ferreira
A partir de seu lugar de fala, a diretora Alana Ferreira vive Bruna, uma travesti de 40 anos, do interior de Goiás. No dia de seu aniversário, percorremos com ela um caminho de desejo e coragem.
O Garoto do Fim do Mundo (Brasil, 2019, 20’)
Direção: Antônio Victor e Lailson Brito
Quando seu pai, um caminhoneiro, sofre um acidente doméstico que o impede de trabalhar por alguns meses, Gean tem seu futuro colocado em questão: seguir os planos do pai e trabalhar como motorista ou seguir seu sonho de se tornar uma Drag Queen?
O verbo se fez carne (Brasil, 2019, 6’28”)
Direção: Ziel Karapotó
A invasão dos europeus em Abya Yala nos deixou cicatrizes. Ziel Karapotó utiliza seu corpo para denunciar cinco séculos de colonização e suas consequências aos povos originários.
Perpétuo (Brasil, 2018, 24’)
Direção: Lorran Dias
Nova Iguaçu, Baixada Fluminense, Rio de Janeiro: Silvia e Alex voltam a morar juntos. As ruínas do passado se atualizam no presente. Vida em movimento.
Território: nosso corpo, nosso espírito (Brasil, 2019, 27’)
Direção: Clea Torres e João Paulo Fernandes
Atualmente, as mulheres indígenas estão mobilizadas e organizadas, assumindo a linha de frente nas reivindicações e demandas dos povos originários. Elas resistem em um cenário pessimista em relação às políticas para a garantia dos direitos e de permanência em seus territórios, buscando espaços, como o Acampamento Terra Livre (ATL), para denunciar as constantes violações. A fim de testemunhar essas posições políticas, o documentário evidencia diferentes mulheres indígenas, apresentando pautas que atravessam as diferenças dos grupos étnicos e conformam as singularidades das mulheres A’uwe Xavante.
Vidas que Correm (Brasil, 2019, 9’30”)
Direção: Coletivo de Alunos
Documentário realizado por jovens estudantes do ensino médio de um colégio de Jundiaí, Vidas que correm mostra que a degeneração do rio que corta a cidade tem um severo impacto na paisagem social e transtorna a vida dos moradores que habitam ao seu redor.
Vivi Lobo e o Quarto Mágico (Brasil, 2019, 12’59”)
Direção: Isabelle Santos e Edu MZ Camargo
Muito prazer! Meu nome é Vivi Lobo. Essa história é sobre as portas que devemos abrir ao longo da vida, enquanto humanos, enquanto meninas.