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A Anfitriã (Superhost)
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A Anfitriã

Avaliação:
3/10

3/10

Crítica | Ficha técnica

A Anfitriã (Superhost) parte de uma premissa interessante por sua atualidade. Coloca, no campo do terror, protagonistas que são vloggers (youtubers, mas aqui sem especificar a plataforma) que, no caso, possuem um canal de avaliação de casas alugadas para a temporada. O enredo toca nos efeitos que um influenciador digital pode ter sobre o trabalho de uma pessoa bem como questiona se o que está no ambiente virtual é mais importante do que o que acontece na vida real. Mas, tudo isso fica na superfície, pois se perde principalmente na fraca direção do também roteirista Brandon Christensen.

Este é o terceiro longa deste especialista do terror, que fez antes O Enviado do Mal (Still/Born, 2017) e Amizade Maldita (Z, 2019). Parece dar um passo para trás em sua carreira, pois agora conta com uma produção pequena, com elenco reduzido, poucos cenários e, o que é pior, falta de boas ideias.  

Na trama, o casal de namorados Claire (Sara Canning) e Teddy (Osric Chau) estão preocupados com a perda de inscritos em seu canal chamado Superhost. Então, partem para o novo projeto com ganas de alavancar o engajamento. O assunto é uma enorme casa de campo moderna num local isolado. Mas, logo a estranha anfitriã Rebecca (Grace Gillam) começa a agir de maneira bem suspeita.

Começa bem, mas…

No início, o filme se mostra interessante. Revela os bastidores de um canal de vídeos, entregando que os apresentadores não são eles mesmos na frente da câmera. Estão ali representando um papel e atuando de uma forma que atraia mais visualizações. O primeiro susto no longa funciona, e vem do que a câmera dos vloggers filma. Depois surge uma aparição no estilo Halloween (1978), emulando Michael Myers estático de longe numa rua. Mas os sustos que funcionam são mesmo aqueles captados pela câmera dentro do filme. Exceto pelo trecho com a musa do terror Barbara Crampton, sobre o qual falarei depois.

Após esse início promissor, o diretor começa a deixar evidências de que não estava nada inspirado. Erra feio ao colocar a câmera na posição inversa em dois momentos nos quais Teddy está diante de algo que o amedronta. Num deles, ele receia olhar o que está dentro da privada. Mas, ao invés de mostrar seu ponto de vista, a câmera filma a sua aproximação a partir do vaso sanitário, o que não provoca nenhum suspense. Esse olhar spielbergiano, no qual o personagem olha espantado para algo que o espectador não vê, funciona melhor em grupo, como acontece na parte final desse filme, quando Claire e Teddy olham para a parede de vidro assustados com alguma coisa.

O filme dentro do filme

Como aqui se trata de uma metalinguagem, considerando que envolve vídeos produzidos dentro do filme, é essencial que se diferencie o que é imagem da câmera do personagem e o que é a câmera não-diegética da produção em si. Isso acontece em alguns trechos, principalmente na primeira parte, quando as captações da câmera de vídeo possuem um tom mais esmaecido. Porém, ao longo do filme, essa diferenciação se perde. Por exemplo, quando Teddy corre em direção ao seu carro no final, claramente as imagens que filmam seus pés não são diegéticas, mas o modo como elas são filmadas fazem parecer que são.

Além disso, o filme desperdiça um dos momentos mais tensos da trama. Quando o casal foge pela floresta, o algoz não aparece na cena perseguindo os dois. O próprio roteiro despreza essa intenção, jogando fora o que poderia gerar mais emoção. Ademais, a atriz que interpreta Rebecca não é capaz de criar uma personagem assustadora. Parece louca, de fato, mas nunca o suficiente para ser uma espécie de Norman Bates. Mas não é culpa exclusiva dela, e sim do roteiro que não aprofunda devidamente para mostrar os motivos por agir assim. E, também da direção que a obriga a parecer aterrorizante em plena luz do dia. Brandon Christensen sequer emprega algum recurso para deixar essas cenas mais sombrias, seja no uso da edição, da movimentação ou enquadramento da câmera, ou qualquer outro truque.

Barbara Crampton

Para os fãs de terror, resta apenas o atrativo da participação de Barbara Crampton. Famosa no gênero por suas atuações em Re-Animator (1985) e From Beyond (1986), ambos de Stuart Gordon, ela faz aqui um papel de vilã e vítima. Ela é uma proprietária que sofre prejuízos por conta de uma resenha negativa no Superhost e quer se vingar do casal. Talvez por ser uma atriz mais experiente que o resto do elenco, Barbara Crampton protagoniza a melhor cena do filme, um ataque inesperado com uma faca no rosto. No entanto, dali para frente o filme fica cada vez mais fraco, até descambar numa conclusão desalentadora.

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Ficha técnica:

A Anfitriã | Superhost | 2021 | 84 min | EUA | Direção e roteiro: Brandon Christensen | Elenco: Sara Canning, Osric Chau, Gracie Gillam, Barbara Crampton, Jeff Butcher.

Onde assistir:
A Anfitriã (Superhost)
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