O quinto e último da série de filmes encerra a saga de forma rasteira. Talvez por isso A Batalha no Planeta dos Macacos (Battle for the Planet of the Apes) seja tão divertido. A direção novamente é do experiente J. Lee Thompson, que fez o filme anterior. Desta vez, ele pode se preocupar apenas em realizar um filme de ação, sua especialidade. Não há grandes implicações políticas aqui, pelo menos, nenhuma nova.
Como em todas as sequências de Planeta dos Macacos (Planet of the Apes, 1968), que era redondinho, esta também demanda que o espectador não seja tão criterioso quanto ao enredo. Por isso, releve que nesta história a bomba atômica arrasou com boa parte da Terra, mas o filme só se preocupa em contar o que se passou na América do Norte. Enfim, é lá, numa pequena parte preservada, que Caesar (Roddy McDowall) e Lisa (Natalie Trundy), agora casados e com um filho, Cornelius (Bobby Porter), vivem em uma tribo com chimpanzés, gorilas e orangotangos comandando humanos. Ente estes, está MacDonald (Austin Stoker), irmão daquele outro MacDonald que ajudou Caesar no outro filme. Braço direito de Caesar, MacDonald demanda que os humanos e os macacos sejam tratados igualmente. Mas, os gorilas (que simbolizam os militares que dominavam as ditaduras ao redor do mundo na época da realização do filme) querem a prevalência dos símios sobre os humanos.
A Cidade Proibida
Então, para descobrir o que seus pais sabiam sobre o futuro, Caesar parte para a Cidade Proibida, a Nova York que agora é uma ruína contaminada. Nos escombros, estão as fitas com as gravações de Cornelius e Zira. MacDonald e o cientista Virgil (Paul Williams) acompanham Caesar. Mas lá sobreviventes humanos os atacam. E ainda os seguem para conquistar a tribo de Caesar. Com isso, o general Aldo (Claude Akins) aproveita para tomar o poder com o pretexto de defender a comunidade dos humanos invasores.
Os eventos se sucedem rapidamente, com direito a uma perda pessoal para Caesar. A batalha entre os macacos e os invasores não é tão empolgante quanto deveria ser. Mas a disputa de poder entre Caesar e Aldo mantém a atenção do público.
O filme salta para 2670, três anos da expedição de Taylor chegar ao Planeta dos Macacos. Ou seja, mais um ponto que temos que relevar, pois o que explicaria que os humanos tenham perdido a capacidade de falar? Enfim, deixando isso de lado, a conclusão parece levar para um desfecho esperançoso, porém a lágrima que cai da estátua de Caesar quebra o otimismo. Afinal, só os mortos conhecem o futuro, como diz MacDonald. E o espectador que acompanhou a saga sabe por que o falecido Caesar chora.
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Ficha técnica:
A Batalha no Planeta dos Macacos | Battle for the Planet of the Apes | 1973 | 93 min | EUA | Direção: J. Lee Thompson | Roteiro: John William Corrington, Joyce Hooper Corrington | Elenco: Roddy McDowall, Claude Akins, Natalie Trundy, Severn Darden, Lew Ayres, Paul Williams, Austin Stoker, Noah Keen.