A Companheira de Tarzan (filme)
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A Companheira de Tarzan

Avaliação:
7/10

7/10

Crítica | Ficha técnica

A Companheira de Tarzan”: aventura, nudez de Jane e crueldade em 1934

Poucos admitiam abertamente, mas havia muita sexualidade presente em “Tarzan, o Filho das Selvas” (Tarzan the Ape Man, 1932), o primeiro filme sobre o herói das selvas. O personagem principal, o atlético Johnny Weissmuller, vestia apenas uma tanga, e a mocinha, Maureen O’Sullivan, logo perdia suas roupas civilizadas para ficar apenas com trapos. E, assim, nascia o romance entre o casal. O filme era uma aventura empolgante, mas com certeza esse ingrediente contribuiu para seu sucesso nas bilheterias.

Casados na selva

Os chefões do estúdio MGM sabiam disso e, por isso, lançaram em seguida “A Companheira de Tarzan”. Desta vez, Jane já vive com Tarzan e, por isso, seu traje diário é feito apenas de trapos mesmo. O casal troca muitas intimidades. Quando o homem-macaco carrega sua companheira no colo, apenas uma cordinha segura o pedaço de saia dela, deixando suas pernas totalmente à mostra, o que soava muito ousado para a época. Imagine, então, o alvoroço provocado pelas cenas de nudez de Jane, quando o casal nada submerso no rio. Na verdade, nessa cena estava uma dublê no lugar de Maureen O’Sullivan, mas a nudez estava lá.

Contudo, para repetir o sucesso, o segundo filme de Tarzan deveria ter muita ação. E tem. Na estória, Harry (Neil Hamilton), o antigo namorado de Jane, retorna para a selva para trazer o marfim depositado no cemitério dos elefantes, localização secreta revelada ingenuamente por Tarzan. Junto com ele, o mulherengo Martin (Paul Cavanagh), seu sócio nessa empreitada. Harry tem a segunda intenção de convencer Jane a retornar com ele, e Martin, ao conhecer a garota, também tenta seduzi-la. Tarzan, ao descobrir a intenção de levar os marfins, convoca os elefantes para impedir essa profanação, colocando sua vida em risco.

Tarzan luta contra animais

Seja para salvar Jane, ou a sua própria vida, Tarzan luta contra leões, crocodilos, rinocerontes, enfim, vários animais. Algumas dessas cenas ainda provocam arrepios, mas outras, como a que um crocodilo fica rodopiando na luta, ou as que possuem uma projeção de fundo, perderam seu impacto. O que ainda permanece atual é a variedade de acrobacias de Tarzan e Jane, pendurando-se em cipós nas árvores. Provavelmente, principalmente no caso da atriz, usaram dublês, mas estes fizeram um excelente trabalho.

O cinema ainda estava acostumado com o filme mudo, o que explica as boas sequências sem diálogo, como nas que os chimpanzés atuam sem nenhum humano por perto. Mesclando macacos reais com atores fantasiados, eles formam a família de Tarzan, e possuem papel fundamental na trama.

Ao contrário do que poderia parecer, “A Companheira de Tarzan” não pode ser considerado um filme bobinho. Além da alta dose de sensualidade, há também muita crueldade. Logo no início, um explorador branco atira à queima-roupa num escravo que se recusa a obedecer suas ordens. Os índios, por sua vez, sequestram inimigos para usá-los como isca para os leões, que eles pretendem matar. O próprio Tarzan sofre com a crueldade dos vilões.

Apesar de o filme apresentar vários momentos de ação, ele demora um pouco para engatar. A subtrama dos dois exploradores desonestos que querem chegar ao depósito de marfim antes de Harry e Martin atrapalha um desenvolvimento da estória mais objetivo. De fato, é após a morte deles que “A Companheira de Tarzan” começa a empolgar.

Esta sequência também foi bem recebida pelo público, permitindo a produção do próximo filme do herói, “A Fuga de Tarzan” (Tarzan Escapes, 1936).


Ficha técnica:

A Companheira de Tarzan (Tarzan and his Mate, 1934) 104 min. Dir: Cedric Gibbons. Rot: James Kevin McGuinness. Com Johnny Weissmuller, Maureen O’Sullivan, Neil Hamilton, Paul Cavanagh, Forrester Harvey, Nathan Curry.

Onde assistir:
A Companheira de Tarzan (filme)
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