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A Conquista do Oeste (filme)
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A Conquista do Oeste

Avaliação:
7/10

7/10

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Crítica | Ficha técnica

“A Conquista do Oeste” representa o arquétipo do cinema como entretenimento. De fato, a concepção do filme surge a partir de uma inovação tecnológica que, como o cinematógrafo, atraía o público curioso por novidades, e não pela narrativa pertencente ao filme nele exibido. Essa inovação se chama Cinerama, e se constituía em uma tela widescreen de proporções horizontais extremamente alongadas. Era necessário filmar com três câmeras posicionadas lado a lado para captar suas imagens. O destino era a exibição do filme em cinemas especiais com uma tela central e duas laterais que avançavam em direção ao público, como se o abraçassem.

O Cinerama já gozava de muito sucesso, em sessões com filmes que exploravam a sensação de levar os espectadores para perto da emoção de estar no local. Por exemplo, montanhas russas, paisagens suntuosas como o Grand Canyon, um voo de avião, etc.. Então, a MGM resolveu produzir um longa-metragem de ficção com esse recurso. A ambiciosa empreitada almejava criar o maior espetáculo de entretenimento cinematográfico até o momento. Para isso, não economizou na contratação dos maiores talentos da época.

Epopeia americana

Nada mais sensato do que eleger o gênero faroeste para essa megaprodução. Afinal, ele representa o que mais há de original e tradicional na cultura norte-americana. Sem dúvida, é o único gênero que ninguém pode negar que seja fruto dos EUA. Logo, “A Conquista do Oeste” conta a epopeia estadunidense em transformar aquelas terras desbravadas nas regiões modernas e desenvolvidas da época da produção.  Para a direção, dois dos melhores diretores de westerns foram chamados.

John Ford e Henry Hathaway assumiram segmentos distintos do filme, assim como também George Marshall e Richard Thorpe. O mesmo se sucede no elenco, onde se destacam as maiores celebridades do gênero: John Wayne, James Stewart, Henry Fonda, Gregory Peck. Entre as ladies, Debbie Reynolds, Carroll Baker, Carolyn Jones, Thelma Ritter. E várias outras personalidades consagradas do cinema.

Spencer Tracy faz a narração, que, ao longo do filme, insere fatos e dados reais para dar credibilidade ao relato. Aliás, recomenda-se fortemente “A Conquista do Oeste” para quem não conhece a história dos Estados Unidos. Começa com a partida da família Prescott para o Oeste, uma das pioneiras naquele terreno ainda dominado por índios e bandidos. A jovem Lilith Prescott (Debbie Reynolds) serve como eixo central desse épico. O filme a retrata em várias fases de sua vida, unindo assim os relatos episódicos sobre a luta contra malandros, indígenas e as forças da natureza, sobre a Guerra Civil, sobre a corrida do ouro e a caça de búfalos. Por fim, o advento da modernidade com a estrada de ferro e o telégrafo.

Direção sufocada

Apesar do roteiro interessante, os diretores parecem tosados de suas habilidades, reféns do peso da tecnologia Cinerama. Afinal, para quê uma bela movimentação lateral panorâmica se as câmeras já capturam todo o horizonte que se deseja mostrar? Mais que isso, a preocupação maior caía no cuidado em manter a narrativa com esse equipamento diferente. Um simples plano/contraplano representava um desafio para esses experientes diretores, porque o olhar de um ator que permite o raccord com o outro que com ele contracena precisa se adaptar ao formato, sob o risco de se olhar para o vazio. O widescreen aumentado pelo Cinerama, entretanto, se justifica em exuberantes tomadas onde se pode apreciar a incrível extensão da caravana dos pioneiros ou a longilínea ferrovia. Assim, a sequência de ação que melhor aproveita o formato explode nas telas no estouro da manada de búfalos sobre a caravana acuada.

Assistir a esse filme hoje em uma tela de TV, por maior que ela seja, não proporciona nem o mínimo de quem o apreciou em um cinema adequado para o Cinerama. Saltam aos olhos as emendas entre as três câmeras utilizadas, e em vários momentos, a distorção da proporção de tamanho. Porém, “A Conquista do Oeste” não perdeu seu status como marco do cinema – o único longa metragem produzido pelo sistema de três câmeras do Cinerama. Enquanto isso, seu roteiro didático convida o espectador a aprender história com um prazeroso viés de divertimento.

Por fim, para conhecer mais sobre o Cinerama, vale a pena assistir aos extras do blu-ray de “A Conquista do Oeste” lançado pela Warner Brothers.


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