Pesquisar
Close this search box.
A Culpa é das Estrelas (filme)
[seo_header]
[seo_footer]

A Culpa é das Estrelas

Avaliação:
7/10

7/10

clique no botão abaixo para ouvir o texto

Crítica | Ficha técnica

A Culpa é das Estrelas é uma tragédia romântica baseada no best seller de John Green. Na história, a jovem adolescente Hazel tem uma doença terminal, mas isso não a impede de viver o amor de sua vida, ainda que por pouco tempo.

Toda estória de amor traz um obstáculo que separa os protagonistas. Diante das mudanças culturais e sociais, muitos dos problemas clássicos já não funcionam mais, como diferença de classes, casamentos arranjados, revolta da mulher submissa… John Green encontrou o seu na doença, o câncer, que interfere no relacionamento do casal de A Culpa é das Estrelas. Esta barreira, presente na vida dos dois amantes, assume intensidade trágica nos dias atuais, por condenar pessoas jovens, contrariando as estatísticas de mortalidade.

O filme possui jovialidade também em sua ficha técnica. Além dos atores, o cineasta Josh Boone, 35, dirige aqui seu segundo longa – no primeiro, Ligados Pelo Amor (Stuck In Love, 2012), ele foi diretor e roteirista. Boone privilegia a fluidez e os movimentos suaves de câmera, bem como a iluminação clara. A sequência do jantar no restaurante em Amsterdam, crucial para a estória, pois nela o casal finalmente assume sua paixão, foi rodada com cenas intercaladas de cada protagonista, até que, já embriagados pelo amor, a câmera sobe suavemente em círculo até se fundir com o brilho da luminária.

Hazel e Gus

O casal é vivido por Shailene Woodley (Hazel) e Ansel Elgort (Gus), presentes também na série de filmes Divergente (2014, 2015). A escolha não poderia ser mais acertada. Hazel, de cabelos curtos e roupa desleixada, pouco atraente e mau humorada, atrai Gus, atlético, falador e alto astral, com sua personalidade forte. É o que acontece na primeira vez em que se veem, num encontro para jovens com problemas de saúde em uma igreja.

Os dois se esbarram no corredor, e, Gus, distraído pela presença da garota, dá de cara com a porta. Hazel, antes de se dirigir para a sala da reunião, tenta melhorar seu visual diante do espelho no banheiro. Lá dentro, Gus não para de olhar para Hazel, mas é realmente fisgado quando ela rebate o discurso dele, com autoridade.

Representando os tempos atuais, A Culpa é das Estrelas inverte alguns clichês de gênero. Gus, apesar de mais velho, ainda é virgem, enquanto Hazel já tem experiência sexual anterior. Ela é mais racional e resiste em se entregar à paixão, pois sabe que não terá muito tempo de vida. Ele se atira aos sentimentos sem medo, e confessa estar apaixonado. Gus é quem tem um amigo confidente, e não Hazel.

A força da história se apoia na construção dos personagens. Gus evolui no sentido de retirar a máscara que esconde, por trás da autoconfiança e alegria aparentes, o medo da sua doença. Hazel amadurece, a ponto de permitir a alegria de amar, mesmo que sua vida seja breve, e atinge um precoce crescimento ao decidir trocar seu discurso no funeral.

Shakespeare

O título provém da obra “Júlio César”, de Shakespeare, e da fala: “Men at some time are masters of their fates: The fault, dear Brutus, lies not in our stars, but in ourselves if we are underlings.” (“Os homens, em algum momento, são mestres de seus destinos: A falha, caro Brutus, não está em nossas estrelas, mas em nós mesmos se ficamos subordinados.”). Ou seja, o destino escrito nas estrelas pode ser mudado através das nossas escolhas. Hazel acreditava que estava destinada a viver sem se apaixonar por alguém, mas escolheu amar.

O livro atingiu um grande público, principalmente jovem. E o filme seguiu a mesma trilha e também se deu muito bem nas bilheterias, assim como nas críticas. Nem sempre isso acontece. Méritos, então, para Josh Boone, que em breve dirigirá dois livros de Stephen King, “The Stand” e “Lisey’s Story”, segundo o site IMDb.


A Culpa é das Estrelas (filme)
A Culpa é das Estrelas (filme)
Compartilhe esse texto:

Críticas novas:

Rolar para o topo