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A Dama de Preto (filme)
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A Dama de Preto

Avaliação:
9/10

9/10

Crítica | Ficha técnica

A Dama de Preto é um dos melhores filmes sobre jornalismo já realizados no cinema. A estória se passa em 1880, em Nova York, na rua do título original, Park Row, onde se localizavam os mais importantes jornais da cidade.

Phinneas Mitchell trabalhava no The Star, mas seu espírito rebelde, incapaz de aceitar qualquer tipo de censura ou manipulação de notícias, o faz ser despedido pela impiedosa herdeira que comanda o jornal, Charity Hackett. Logo, um empreendedor do ramo aproveita a oportunidade para oferecer a Phinneas que funde seu próprio jornal, o pequeno The Globe, de tiragem limitada e fundamentado em preservar a ética da profissão.

Porém, Charity se incomoda com a concorrência, tanto profissional como pessoalmente porque surge um clima romântico entre ela e Phinneas. Por isso, tenta acabar com o The Globe, empregando práticas inescrupulosas. Para piorar, seu gerente chega ao extremo de ataques físicos aos empregados do The Globe e até jogar bombas em sua sede.

Samuel Fuller e o jornalismo

Samuel Fuller foi repórter do New York Journal quando jovem, e A Dama de Preto representa sua homenagem ao jornalismo norte-americano, como ele afirma graficamente na tela no início do filme. Ele também é roteirista deste seu quinto longa-metragem, e sua experiência na profissão foi fundamental para escrever essa contundente estória sobre o nascimento de um jornal independente. Além disso, o filme também conta a criação do formato tabloide, um jornal com menos páginas e estrutura menos formal.

Por outro lado, A Dama de Preto serve também como uma metáfora de Samuel Fuller como cineasta independente, capaz de filmar rapidamente com baixo orçamento, o que lhe garantia controle da produção e, daí, liberdade de expressão. Neste filme especificamente, Fuller adota um estilo diferenciado.

Logo no início, coloca o nome de sua produtora, Samuel Fuller Productions, na mão da estátua de Gutenberg, o criador da tipografia. Depois, emenda esse trecho com um plano sequência longo que apresenta o protagonista Phinneas Mitchell.

Aliás, o filme possui vários desses planos longos, além de muita movimentação da câmera em travellings, chicotes e zooms. E esse estilo livre combina com a própria estória do The Globe contada no filme.

O ponto fraco de A Dama de Preto é o ator principal Gene Evans, que interpreta Phinneas Mitchell. Não que sua atuação comprometa, mas ele não possui a presença necessária para o papel. Sua carreira é predominantemente marcada por papéis coadjuvantes, justamente porque lhe falta o brilho que um protagonista necessita para atrair a empatia do público. Em muitas cenas de A Dama de Preto, fica até difícil distingui-lo dos demais atores.

Dureza

Apesar da dureza exposta durante todo o filme, Fuller se espelha em Frank Capra para concluir A Dama de Preto em tom otimista. Afinal, o cineasta deixa claro seu agradecimento por poder trabalhar independentemente na indústria do cinema americano.

Enfim, é uma obra obrigatória para jornalistas.

Ficou interessado? Então, saiba que A Dama de Preto foi lançado em DVD pela Versátil Home Video dentro da caixa Jornalismo no Cinema.

 

Ficha técnica:

A Dama de Preto (Park Row, 1952) EUA. 83 min. Dir/Rot: Samuel Fuller. Elenco: Gene Evans, Mary Welch, Bela Kovacs, Herbert Heyes, Tina Pine, George O’Hanlon, J.M. Kerrigan, Forrest Taylor, Don Orlando, Neyle Morrow, Dick Elliott, Stuart Randall, Dee Pollock, Hal K. Dawson.

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