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A Dona da História (filme)
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A Dona da História

Avaliação:
7/10

7/10

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Crítica | Ficha técnica

Baseado na peça escrita por João Falcão, o filme A Dona da História mistura romance, drama e comédia numa narrativa levada para as telas por Daniel Filho com uma linguagem visual despojada e moderna.

A trama

Após 30 anos de casamento, e quatro filhos, Carolina (Marieta Severo) se questiona se valeu a pena o rumo que sua vida tomou. Então, ao propor a separação ao marido Luiz Cláudio (Antônio Fagundes), este lhe dá um curto prazo para ela decidir se embarca com ele numa nova lua-de-mel. Para essa reflexão, ela revisita o seu passado e reencontra sua versão jovem, interpretada por Débora Falabella, desde o dia em que conheceu Luiz Cláudio, vivido por Rodrigo Santoro.

O ritmo de A Dona da História é acelerado. Desde o seu início, as sequências transitam entre o atual e o passado da personagem Carolina. Sob outro aspecto, as cenas com Débora Falabella possuem tons mais fortes, quase saturados, o que distingue os dois tempos. O colorido combina com a protagonista quando jovem, vibrante e despojada, até falando para a câmera. Analogamente, com idade mais avançada, ela se mostra mais séria e desanimada.

Análise do filme

Quanto ao elenco, Marieta Severo e Antônio Fagundes interpretam personagens que vivem, agora, constantemente discutindo um com o outro. O casal troca diálogos rápidos, tal qual as comédias slapstickdos anos 1930/40, principalmente Jejum de Amor, com Cary Grant e Rosalind Russell. Além disso, os diálogos, quase todos muito inspirados, remetem também aos filmes de Woody Allen. Mas esse tom elevado de briga acaba cansando, porque preenche quase todo o primeiro terço do filme.

A Dona da História, então, muda seu rumo quando o holofote sai de Antônio Fagundes e se mantém sobre Marieta Severo e Débora Falabella exercitando a necessária reflexão sobre a vida delas. Essa quebra evita que o filme continue nas discussões do casal beirando a velhice, que se tornavam enfadonhas. E abre as portas para a fantasia, quando as imagens mostram as realidades alternativas possíveis conforme as escolhas dela em sua juventude, principalmente em relação a Luiz Cláudio, que foi seu primeiro amor na vida.

Analogamente, a reflexão de Carolina beira aquela de Scrooge em “Um Conto de Natal”, de Charles Dickens. Nesse sentido, ela redescobrirá o amor pelo marido, diante das alternativas do que ela poderia ter se tornado. Por fim, o diretor Daniel Filho arruma o prumo de A Dona da História depois de equilibrar o drama e a comédia da primeira parte. Ao optar pela comédia com apelo à fantasia, cria um filme divertido, apoiado num romance leve.


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