Pesquisar
Close this search box.
A Idade do Ouro (filme)
[seo_header]
[seo_footer]

A Idade do Ouro

Avaliação:
7/10

7/10

clique no botão abaixo para ouvir o texto

Crítica | Ficha técnica

A Idade do Ouro é o segundo filme de Luis Buñuel, realizado após o curta-metragem O Cão Andaluz. Então, ao estrear num longa, o diretor espanhol pôde trabalhar em uma linha narrativa. Mas, é uma linha muito tênue, pois as sequências surrealistas ainda são o principal foco do cineasta – e do seu notório co-roteirista Salvador Dalí.

A trama mostra um homem e uma mulher fascinados um pelo outro, em várias situações em que tentam satisfazer seus desejos, mas nunca conseguem. Constantemente, a família, a Igreja e a sociedade da época impedem que fiquem juntos. Além dessa linha central, A Idade do Ouro apresenta alguns sketches soltos que servem ao principal objetivo de Buñuel: uma aberta crítica à Igreja e à burguesia.

Crítica contundente

Para começar, o prólogo se assemelha a um programa da National Geographic, relatando a vida dos escorpiões. A alusão é clara. Buñuel compara essas criaturas traiçoeiras aos burgueses materialistas. Depois, a cena mais chocante é aquela em que um homem, urbano e bem-vestido, mata um menino com um revólver, simbolizando a falta de empatia da burguesia pelo próximo. Aliás, essa ideia é, quase simultaneamente, reforçada quando uma empregada morre queimada e ninguém se importa.

Porém, o diretor provoca polêmica maior quando mira suas críticas na Igreja. Logo após o texto falar sobre quatro criminosos que levaram adolescentes a um castelo para forçá-las a praticar orgias, A Idade do Ouro apresenta o primeiro deles com manta e barba longa. Em outras palavras, como se fosse Jesus Cristo.  

Entre outras cenas marcantes, está aquela a protagonista chupando o pé de uma estátua, como resultado do sexo reprimido. Adicionalmente, a de uma vaca dentro de um quarto, num devaneio próximo dos trechos surrealistas de seu filme de estreia.

Por fim, apesar de Buñuel e Dalí serem espanhóis, esta é uma produção da França, falada em francês, e com algumas cenas rodadas em Roma.

Com tudo isso, A Idade do Ouro continua provocador.


A Idade do Ouro (filme)
A Idade do Ouro (filme)
Compartilhe esse texto:

Críticas novas:

Rolar para o topo