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A Livraria (2017)
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A Livraria

Avaliação:
5/10

5/10

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Crítica | Ficha técnica

O filme A Livraria incorpora a temática central de sua estória ao explorar em excesso a narração literária.

A princípio, não identificamos de quem é a voz feminina que narra descritivamente as ações, que já vemos na tela, e os pensamentos dos personagens. A adaptação para o cinema realizada pela diretora e roteirista espanhola Isabel Coixet se deixou influenciar pela sua fonte original, o romance de Penelope Fitzgerald. Como resultado, um formato literário demais e cinematográfico de menos.

Somente quando a cansativa narração cede lugar aos diálogos travados entre a protagonista Florence Green (Emily Mortimer) e o galanteador Milo North (James Lance), o filme A Livraria consegue quebrar o tom monótono. Porém, aí já se passaram 35 minutos de filme.

Enredo com lacunas

A narração atrapalha o ritmo da estória, e mesmo assim, ainda deixa lacunas no enredo. Segundo ele, a viúva Florence resolve abrir uma livraria em uma pequena cidade inglesa, em 1959. Dessa forma, segue sua paixão por livros, que nasceu por conta de seu falecido marido, com quem lia juntos. Porém, recebe oposição de Violet Gamart (Patricia Clarkson), uma das mulheres mais ricas e influentes do local, que quer dar outro destino para o imóvel onde se instalará o empreendimento de Florence. Logo, outros moradores passam a ser contra a livraria, por influência de Violet. Exceto o velho Edmund Brundish (Bill Nighy), um ricaço que vive isolado em sua mansão rodeado por livros, que ele devora vorazmente. Por isso, ele se torna o principal cliente de Florence.

Porém, nunca sabemos ao certo o motivo real para Violet não gostar de Florence e prejudicar seu negócio. Nem também o que acontece com a menina que é contratada para trabalhar na biblioteca, que a mãe proíbe de continuar no emprego. De fato, as enfadonhas narrações se esquecem de explicar esses pontos. Contudo, isso nem seria necessário, pois esses pontos poderiam ser melhor elucidados utilizando o formato audiovisual da adaptação do romance.

Emily Mortimer traz sua presença agradável ao filme, e Patricia Clarkson seu charme. Mas, trabalham com personagens rasos. Por isso, são impossibilitadas de criar maior empatia ou antipatia (no caso de Clarkson, que interpreta uma vilã) junto ao público.

Em suma, o filme A Livraria desperdiça o material que lhe deu origem. Ou seja, é incapaz de adaptar para o cinema a trágica estória sobre o empreendimento gerado pela paixão por livros que foi destruído pela mesquinhez dos outros.


A Livraria (2017)
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