Pesquisar
Close this search box.
A Lula e a Baleia (filme)
[seo_header]
[seo_footer]

A Lula e a Baleia

Avaliação:
7/10

7/10

clique no botão abaixo para ouvir o texto

Crítica | Ficha técnica

“A Lula e a Baleia” é um filme autobiográfico escrito e dirigido por Noah Baumbach, retratando o período em que seus pais se separaram. Além disso, “A Lula e a Baleia” marca o primeiro papel de Jesse Eisenberg como um dos protagonistas. Aliás, o ensemble cast é ótimo, e conta com Jeff Daniels e Laura Linney como os pais, e Owen Kline no papel do outro irmão, o caçula Frank.

Relações instáveis

Desde os primeiros momentos, a câmera na mão, trêmula, pontua a instabilidade das relações da família Berkman. Em um jogo de tênis, um sumário da situação. A mãe Joan e Frank formam uma das duplas, contra a outra que reúne o pai Bernard e Walt, cujos saques insistentemente miram o corpo de Joan, uma agressão proposital de Bernie. Quando a separação do casal é anunciada em momento posterior, Frank tomará partido de Joan e Walt do pai, com no jogo de tênis. Apesar de concordarem quanto à guarda conjunta, há muito conflito envolvido. A mãe já traiu o marido várias vezes, e sua carreira como escritora está em ascensão, enquanto a do pai declina, e precisa viver humildemente com o salário de professor.

Frank sofre bastante com a separação. No início de sua adolescência, ele começa a se masturbar e ejacular em lugares públicos, espalhando esperma por aí, na biblioteca, nos armários dos alunos na escola. Além disso, começa a beber muito quando está sozinho em casa. Já Walt passa por uma fase de indefinição ética. Vence um concurso de talentos ao inscrever a música “Hey You”, do Pink Floyd, como se fosse uma composição própria sua. O argumento dele repousa na afirmação de que ele não a escreveu, mas poderia ter escrito.

Sinceridade

De fato, ele sente sinceramente a letra, vide a apresentação que fez aos pais no início do filme, quando canta a frase da música que diz: “United we stand, divided we fall” (“Juntos nos mantemos, separados caímos”). A angustiante canção de Roger Waters cabe perfeitamente como tema para Walt, e o filme explora bem essa ligação. O rapaz também não sabe como se relacionar com sua primeira namorada, sentindo-se totalmente inseguro quanto ao sexo e quanto aos sentimentos. Fica assim diante do conhecimento dos casos extraconjugais de sua mãe, e da tentativa de seu pai seduzir uma aluna de 20 anos (Anna Paquin), que mora com eles.

Há muita sinceridade em “A Lula e a Baleia”, certamente um relato corajoso do que o diretor Noah Baumbach sentiu na época quando viveu o acontecimento retratado no seu roteiro. Muito dessa força vem da interpretação dos quatro atores protagonistas, todos colocando a dose certa de dramaticidade no filme. Baunbach também aproveita para revelar seu lado cinéfilo. Pôsteres de “Psicose”, de Alfred Hitchcock, e “A Mãe e a Puta”, de Jean Eustache, cenas de “Veludo Azul”, de David Lynch, e a menção a “Acossado”, de Jean-Luc Godard, manifestam no filme as preferências do diretor.

“A Lula e a Baleia” foi nomeado ao Oscar de melhor roteiro original, venceu o prêmio de melhor direção e roteiro no Sundance Festival e mais vinte prêmios em outros festivais.


A Lula e a Baleia (filme)
A Lula e a Baleia (filme)
Compartilhe esse texto:

Críticas novas:

Rolar para o topo