Parece que A Mãe (The Mother) é mais um exemplar das produções da Netflix realizada com o auxílio de algorítmos. O filme não traz nada de novo, é uma sequência de clichês que o computador acredita que agradam ao público, com base em reações a títulos semelhantes na plataforma.
Na trama, Jennifer Lopez vive a personagem principal. Como já é de praxe no cinema americano contemporâneo, ela é uma exímia combatente, pois é uma ex-militar. Mas ela se envolveu com os desonestos Adrien (Joseph Fiennes) e Hector (Gael García Bernal), que desviam armamentos de guerra do governo dos EUA. Porém, quando ela percebe que eles também traficam crianças, resolve pular fora. No entanto, ela fica grávida de um dos vilões. E, sabendo que a filha pode ser seu calcanhar de Aquiles. Dito e feito, agora, quando a menina já tem doze anos, ela precisa resgatar a menina dos vilões que a sequestraram.
Após uma emocionante perseguição a pé, de moto e de carro, o filme segue no automático. A protagonista avança contra os seus inimigos atrás de sua filha, derrotando suas poderosas ganques. Não falta nem o clichê do vômito para representar seu nervosismo. Mas o uso de clichês tem seus riscos, como o de privilegiar uma sequência que o público gosta, sacrificando a narrativa. Por exemplo, ao colocar a protagonista como uma torturadora cruel para descobrir pistas do paradeiro da sua filha, afastando assim qualquer empata pela personagem. Na verdade, parece mesmo uma apelação para marcar o arco de transformação da protagonista.
O diretor neozelandês realizou antes os superiores Encantadora de Baleias (Whale Rider, 2002) e Terra Fria (North Country, 2005). Como sempre tem mostrado, a Netlix sempre parece restringir a habilidade dos cineastas que contrata para suas produções.
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Ficha técnica:
A Mãe | The Mother | 2023 | 115 min | EUA | Direção: Nick Caro | | Roteiro: Misha Green, Andrea Berloff, Peter Craig | Elenco: Jennifer Lopez, Lucy Paez, Omari Hardwick, Joseph Fiennes, Gael García Bernal.