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A Salvação (filme)
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A Salvação

Avaliação:
7/10

7/10

Crítica | Ficha técnica

A Salvação (The Salvation) se destaca como um faroeste com produção predominantemente dinamarquesa. Nascido em Copenhagen, o cineasta Kristian Levring dirigiu seu primeiro filme em 1986, mas este é apenas o seu quinto longa-metragem. Provavelmente, seu melhor trabalho.

A presença de um elenco internacional, com nomes famosos como Mads Mikkelsen, Eva Green e Jonathan Pryce (curiosamente três atores que estiveram em filmes da franquia James Bond), e rodado na África do Sul, tornam A Salvação um faroeste sem fronteiras. Por isso, se aproxima dos spaguetti westerns com produção de maior calibre. Em especial, aqueles realizados por Sergio Leone, como Era Uma Vez no Oeste (C’era una volta il West, 1968). Porém, essa similaridade se concentra nesses detalhes de bastidores, porque o filme em si não tem a violência acentuada dos faroestes italianos. Na tela, assistimos a um típico filme estadunidense.

Corrente de vingança

O tema principal é a vingança – no caso, vingança que gera vingança. Mads Mikkelsen é Jon Jensen, um imigrante dinamarquês que chegou ao Velho Oeste há sete anos, acompanhado apenas de seu irmão Peter (Mikael Persbrandt). Agora, já estabelecido em uma pequena fazenda afastada, ele traz sua esposa e seu filho que haviam ficado no país natal. Mas, no trajeto entre a estação de trem e a cidade mais próxima da fazenda, dois bandidos que acabaram de sair da prisão matam os recém-chegados familiares. Jon se vinga na hora dos assassinos, sem saber que um deles é irmão do maior latifundiário da região. Ele é Henry Delarue (Jeffrey Dean Morgan), que agora busca sua vingança.

A corrente vingativa não para aí, pois quando Jon sofre nas mãos de Delarue e sua turma, cabe ao irmão de Jon correr atrás da retaliação. E, assim, a violência nunca para, e sobra também para a comunidade formada por covardes que se submetem ou se aliam ao latifundiário. Em paralelo, vemos também a transformação da personagem de Madelaine, a personagem marcante de Eva Green. Seu rosto tem uma grande cicatriz que atravessa a boca, pois os índios cortaram sua língua. Ela é namorada do irmão de Henry Delarue, que a salvou nesse evento trágico. A princípio, ela também quer se vingar de Jon, porém descobre da pior maneira possível (sendo estuprada) que seu cunhado é uma pessoa terrível.

A origem do mal

Kristian Levring faz uma direção competente. Movimenta bastante a câmera, mas felizmente sempre sobre carrinhos. Ou seja, não com ela tremulando nas mãos, como tem sido comum no cinema atual. As cenas de ação são bem filmadas e o ritmo se mantém ágil, como se espera nesse tipo de faroeste voltado para os acontecimentos e não para a psicologia dos personagens. Levring chega até a ousar na fotografia acinzentada, mais vista em filmes de terror, da parte inicial, quando acontecem os assassinatos da família do protagonista e a sua subsequente resposta violenta.

O subtema de A Salvação garante um interesse maior, especialmente agora, pela sua atualidade. A ganância obsessiva do vilão Delarue, que quer comprar todas as terras da região se deve à presença de petróleo, visível no poço de piche borbulhante no nível do solo. Nesse sentido, a cena final revela várias bombas perfuradoras de petróleo em atividade na terra de Delarue. A câmera abre lentamente para o plano geral, denotando um caráter aterrorizante para esses equipamentos. Sem dúvida, uma assustadora premonição de 1871 da origem do mal que provoca guerras até os dias de hoje.

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Ficha técnica:

A Salvação | The Salvation | 2014 | 92 min | Dinamarca, Reino Unido, África do Sul, Supecia, Bélgica | Direção: Kristian Levring | Roteiro: Anders Thomas Jensen, Kristian Levring | Elenco: Mads Mikkelsen, Eva Green, Jeffrey Dean Morgan, Eric Cantona, Mikael Persbrandt, Douglas Henshall, Michael Raymond-James, Jonathan Pryce, Alexander Arnold, Nanna Øland Fabricius.

Onde assistir:
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