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A Segurança Interna (filme)
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A Segurança Interna

Avaliação:
8/10

8/10

Crítica | Ficha técnica

O pessimismo e o amor que leva à tragédia estão em A Segurança Interna, primeiro longa para o cinema de Christian Petzold.

Esses dois temas serão recorrentes na filmografia do diretor alemão. Neste drama de suspense, eles se sobressaem aos olhos de Jeanne, uma adolescente de 15 anos. Sua vida não é nada ordinária, pois seus pais Hans e Clara estão constantemente em fuga.

A história se inicia com os três em Portugal, alguns dias antes de embarcarem para São Paulo, munidos de passaportes falsos. O filme não informa explicitamente o motivo que leva o casal a ser procurado pela polícia e por civis. Porém, a sinopse entrega que eles são terroristas da esquerda. Na verdade, para a trama, o motivo em si não importa, e sim como isso impacta a vida de Jeanne.

A garota se revolta com a situação. Não só porque precisa mudar constantemente, inclusive transitando entre diferentes países. Mas, também porque não pode fazer amizade com ninguém, pois seus pais desconfiam de todos. E, eles têm razão, como mostra a primeira parte, em que uma simples conversa de Clara com um estranho se torna suficiente para revelar o disfarce da família.

De volta à Alemanha

Como a fuga para o Brasil não funciona, os três retornam para a Alemanha, país de origem deles. Lá, se escondem numa casa desabitada até que o contato deles consiga um novo plano de fuga. E, resolvem arriscar, roubando um banco. Enquanto isso, Clara tenta namorar às escondidas um rapaz que conheceu em Portugal.

Acompanhamos essa narrativa através dos olhos de Clara, que é a maior vítima dessa situação. Mesmo sem ter participado dos atos que levaram a essa perseguição, ela não tem como se abster dela. Afinal, qualquer deslize pode ser fatal, como demonstrou o que aconteceu em Portugal. E, ela age como uma adolescente, ou seja, desobedecendo algumas regras.

Ecos em “Jericó”

O final trágico de A Segurança Interna envolve um acidente automobilístico, e a tragédia é fruto do amor. Nesse sentido, esse pessimismo lembra muito o desfecho de Jericó, seu filme de 2008.

Ao não revelar o que os pais fizeram de errado, o filme evita que o espectador os julgue. Com isso, torcemos para que eles não sejam pegos, aproveitando a carga dramática dessa situação. Em outra camada, torcemos também para que Clara não seja flagrada furtando no shopping ou fugindo para encontrar o namorado.

Enquanto Christian Petzold conduzia o espectador a testar seus preconceitos raciais em Jericó, aqui enfrentamos a dúvida sobre o amor romantizado. Embarcamos junto com Clara em seu caso amoroso, e a ilusão dela será a mesma que a nossa. Nesses dois filmes, Petzold imprime seu pessimismo a respeito das pessoas, com a secura que marca seu estilo.   

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Ficha técnica:

A Segurança Interna (Die innere Sicherheit) 2000, Alemanha, 106 min. Direção: Christian Petzold. Roteiro: Harun Farocki, Christian Petzold. Elenco: Julia Hummer, Barbara Auer, Richy Müller, Bilge Bingul, Rogério Jacques, Maria João Luis, Vasco Machado, Bernd Tauber, Katharina Schüttler, Günther Maria Halmer.

Onde assistir:
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