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Poster do filme "A Vilã das Nove"
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A Vilã das Nove

Avaliação:
7/10

7/10

Crítica | Ficha técnica

O filme A Vilã das Nove, presente na 48ª Mostra, possui uma premissa estimulante. Embora trate de uma fantasia metalinguística em outra mídia, a televisão, lembra no tom a obra-prima A Rosa Púrpura do Cairo (1985), de Woody Allen.

No longa brasileiro, Eugênia (Karine Teles) decidiu ter uma segunda chance na vida. Largou a família, mudou de nome (antes era Roberta) e se casou novamente e teve outra filha. No momento presente da trama, ela está se separando e a filha está com 11 anos. Mas, o passado ainda a persegue, como mostra o prólogo, quando uma pessoa a reconhece e a chama de Roberta.

O centro da trama consiste na inventiva ideia de que a primeira filha de Roberta, Débora (Alice Wegmann), já com 21 anos, encontra uma oportunidade de ganhar dinheiro contando a história da mãe para o autor da próxima novela das nove. Sem nem mudar o nome da protagonista, a novela estreia com Paloma (Camila Márdila) no papel de Eugênia. A cena em que Eugênia assiste a estreia da novela e reconhece as vilanias baseadas na sua vida é impagável.

Na vida real, por meio de uma pessoa em comum, Eugênia e Paloma se conhecem e iniciam um relacionamento. Até aí, o filme se desenvolve fluidamente, acompanhada da alta expectativa de saber se e quando a verdade virá à tona, o que pode abalar o namoro de Paloma e Eugênia. A estrutura narrativa acrescenta interesse, pois está segmentada entre o presente real, o presente nas novelas, o flashback real, o flashback na novela.

Conflitos

Porém, quando os conflitos explodem, o enredo deixa a peteca cair. O namoro se desfaz facilmente demais, desperdiçando toda a dramaticidade desse rompimento. O suspense em relação ao sequestro, da mesma forma, não é aproveitado. Por fim, o olhar para a câmera de Eugênia/Roberta, suplica pela cumplicidade do espectador quanto ao que ela fez para conquistar sua liberdade. O que mais pesar causou foi o abandono da filha, que até hoje a procura. Não restam dúvidas, portanto, de que a protagonista de A Vilã das Nove demanda mais que a cumplicidade que pede a personagem de Monika e o Desejo (1953), de Ingmar Bergman. Monika estava prestes a trair o marido – questão entre adultos – enquanto Roberta abandonou sua filha ainda criança.

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Ficha técnica:

A Vilã das Nove | 2024 | 104 min. | Brasil | Direção: Teodoro Poppovic | Roteiro: Teodoro Poppovic, André Pereira, Maíra Bühler, Gabriela Capello | Elenco: Karine Teles, Camila Márdila, Alice Wegmann, Laura Pessoa, Antônio Pitanga.

Distribuição: Disney.

Onde assistir:
Cena do filme "A Vilã das Nove"
Cena do filme "A Vilã das Nove"
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