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A Vingança Perfeita (filme)
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A Vingança Perfeita

Avaliação:
4/10

4/10

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Crítica | Ficha técnica

É compreensível que um diretor queira desovar várias ideias represadas em seu filme de estreia. Afinal, pode ser a sua única grande chance de emplacar na indústria. Mas, Vaughn Stein mete os pés pelas mãos em seu primeiro longa-metragem, A Vingança Perfeita (Terminal). O roteiro, de sua autoria, tenta parecer culto, com várias referências literárias, principalmente a “Alice no País das Maravilhas” e “1984”. Porém, essa aparente intelectualização não sobrevive à tola simplicidade de seu enredo. Essencialmente é apenas uma trama de mistério com uma solução facilmente previsível.

Já o seu visual arrisca na artificialidade das filmagens em estúdio, e algumas locações na Hungria. O neon possui presença sufocante, desde os créditos iniciais, quando os nomes dos atores surgem em letreiros na cidade à noite. Da mesma forma, as cores incomodam, pois carregam uma tonalidade exageradamente forte, numa tentativa fútil do diretor Vaughn Stein de ser estiloso. O resultado é uma aparência afetada, que só se justificaria se tentasse emular uma origem em graphic novel como aconteceu em Dick Tracy (1990), Sin City (2005) e 300 (2006), por exemplo. Para não sermos injustos, em alguns trechos esse estilismo funciona em A Vingança Perfeita, como a cena com a silhueta de um personagem que o faz parecer um enforcado.

Contrato com o diabo

O prólogo promete um emocionante jogo de disputa entre matadores de aluguel. Annie (Margot Robbie) propõe um desafio ao contratante misterioso (cuja voz sintetizada parece de um Diabo). Em suma, se ela matar os seus dois concorrentes, ela será contratada para todos os futuros contratos. Annie narra a história e já confessa que é maluca, o que serve como desculpa para a interpretação exagerada de Margot Robbie em todo o filme.

Porém, durante a trama, a expectativa de grandes embates entre os assassinos logo é frustrada. O primeiro adversário de Annie já aparece derrotado, privando o espectador de acompanhar a luta para vencer metade do desafio. Então, resta o outro adversário que, na verdade é uma dupla. Porém, são dois personagens bobões, atrapalhados, que nem representam perigo para a protagonista (e ela poderia eliminá-los muito antes do que no ponto em que o filme mostra).

Enfim, cumprida a missão, há uma previsível virada na trama. Nisso, não surpreende ninguém a identidade secreta do contratante, um clichê dos mais previsíveis. E essa conclusão ainda se estende desnecessariamente, com uma longa explicação sobre a tal vingança do título nacional (que, aliás, já adianta essa surpresa). Nesse ponto, o filme muda seu tom para uma deslocada violência explícita (distanciando-se do tom cômico até então predominante) que parece copiada de Audição (Odishon, 1999), o chocante thriller de Takashi Miike que também traz uma enfermeira sádica.

Voltando a falar sobre o título, se a adaptação nacional estraga a surpresa, o original não faz jus à trama. Afinal, terminal se refere ao estado da doença do personagem Bill (Simon Pegg). Porém, ele não é um dos protagonistas – de fato, sua presença é até dispensável para a narrativa. E, se nem o nome do filme se justifica, dá para se ter ideia do tamanho da tolice que é A Vingança Perfeita.  

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Ficha técnica:

A Vingança Perfeita | Terminal | 2018 | 95 min | Irlanda, Reino Unido, Hong Kong, Hungria, EUA | Direção e roteiro: Vaughn Stein | Elenco: Margot Robbie, Simon Pegg, Dexter Fletcher, Mike Myers, Max Irons, Katarina Cas, Nick Moran.

Onde assistir:
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