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Poster do filme "A Viúva Clicquot"
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A Viúva Clicquot

Avaliação:
7/10

7/10

Crítica | Ficha técnica

O drama biográfico A Viúva Clicquot surpreende e quebra as expectativas. O filme começa como tantas outras histórias de empreendedoras femininas que tiveram um papel disruptivo dentro da sociedade machista. No caso, Barbe-Nicole Clicquot-Ponsardin, a empresária da famosa marca de champagne Veuve Clicquot.

Sua trajetória já é diferenciada porque se iniciou no começo do século 19, ainda durante o reinado de Napoleão Bonaparte. Contrariando os costumes, e até uma lei da época, Barbe (Haley Bennett ) assumiu o comando da vinícola da família quando seu marido François (Tom Sturridge) morreu em 1805. A história de Barbe e François é contada em flashbacks recorrentes que correspondem a fatos que acontecem na narrativa do tempo presente. Assim, o início da gestão da viúva se espelha nos sonhos do casal iniciando a vida conjunta na plantação de uvas.

Durante o primeiro terço do filme, essa dinâmica não traz novidades. Parece que o casal era feliz e próspero, tanto na vida pessoal como na profissional. Em certo momento, fica a impressão de que o enredo assumirá as características daquelas lições superficiais de coaching. De fato, diante de um revés, Barbe diz para si mesma para tentar de novo, pensar de forma diferente e trabalhar o que está em sua frente. Assim, se assemelha àquelas listas de coisas para fazer em situações difíceis.

A força verdadeira

No entanto, quando mais fracassos abalam a gestão solo de Barbe, o flashback começa a revelar quem realmente era François. Ao invés de servir como exemplo de como Barbe deve enfrentar os desafios atuais, o marido era justamente o oposto. O fraco caráter de François, que já provocara a ira do seu pai, dono original das terras e ainda sócio da vinícola, descamba para a fuga na bebida e em atitudes ora agressivas ora depressivas. O filme não se furta de apontar que essa covardia foi a verdadeira causa de sua morte.

Barbe, pelo contrário, não se deixou esmorecer. Arriscou mais e, mesmo cometendo erros, seguiu em frente. Até mesmo no quesito sexo (sim, há sexo nessa cinebiografia), pois teve coragem de seduzir Louis Bohne (Sam Riley), o agente comercial de confiança da vinícola. François, embora sentisse uma visível atração por Louis, não chegou a tal ousadia. Esse astuto parceiro comercial, aliás, foi essencial para a Veuve Clicquot. Coube a ele, inclusive, a iniciativa para salvar Barbe no absurdo julgamento que pretendia retirá-la da gestão da empresa. O final abrupto resolve a trama e esse sessão em tribunal com uma surpreendente solução.

Os espectadores médios talvez sintam falta de testemunhar em A Viúva Clicquot os momentos de sucesso que viriam posteriormente na história de Barbe. Mas, isso fica a cargo das enciclopédias.

São acertadas as decisões ousadas do diretor inglês Thomas Napper. Embora este seja apenas seu segundo longa ficcional (o primeiro foi Jawbone – Último Assalto [2017], Napper não é, de fato, um novato. Fez carreira dentro da indústria, e se preparou sendo assistente de direção de vários filmes, para depois dirigir videoclipes, curtas, documentários, e episódios de séries até chegar aos longas ficcionais. A Viúva Clicquot mostra que Thomas Napper é um nome promissor.

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Ficha técnica:

A Viúva Clicquot | Widow Clicquot | 2023 | 90 min | EUA | Direção: Thomas Napper | Roteiro: Erin Dignam | Elenco: Haley Bennett, Tom Sturridge, Sam Riley, Natasha O’Keeffe, Cecily Cleeve, Ben Miles, Paul Rhys.

Distribuição: Paris Filmes.

Trailer:

Onde assistir:
Cena do filme "A Viúva Clicquot"
Cena do filme "A Viúva Clicquot"
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