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Acampamento de Teatro (poster do filme)
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Acampamento de Teatro

Avaliação:
6.5/10

6.5/10

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Crítica | Ficha técnica

O início de Acampamento de Teatro (Theater Camp) é todo atrapalhado. Imagens trêmulas e desfocadas, câmera na mão, cortes abruptos, planos mal pensados e movimentos rápidos demais. Parece que estamos vendo um reality show de baixo orçamento. Como reflexo dessa bagunça, os realizadores precisam recorrer a cartelas com longa frases e uma narração em off para explicar o que acontece. Ao longo do filme, a narração desaparece, mas as cartelas continuam. Enfim, a voz revela que era para ser um documentário sobre duas senhoras que fundaram um acampamento de teatro, mas uma delas adoece e entra em coma, o que atrapalha o projeto. Na verdade, sabemos que é um mockumentary, tentando replicar a versão americana de Vida de Escritório (The Office).

Troy (Jimmy Tatro), filho da fundadora em coma, a substitui às pressas para a temporada de verão. Ele trabalha como coach financeiro, mas não sabe nada sobre teatro. Ao descobrir que o acampamento está falido, prestes a ser tomado pelos bancos, ele tenta algumas medidas desesperadas, porém nada dá certo. Será que a única solução é vender a propriedade para o acampamento vizinho de crianças burguesas? Os professores acreditam nos alunos e, sem saber dessa enrascada toda, se empenham em criar uma peça para apresentação no final da temporada de férias.

O que segura a narrativa, então, são essas duas linhas: o processo de despejo por inadimplência e a preparação para a apresentação. A primeira não empolga muito – é a mesma ladainha de sempre nesse gênero de filme, com resultados previsíveis. Quanto à criação artística, a história é outra. E começa antes do filme em si. Os criadores Noah Galvin, Molly Gordon, Nick Lieberman e Ben Platt se reúnem aqui novamente para realizarem uma versão em longa-metragem do curta que fizeram em 2020.

Uma trupe bem entrosada

Nick Lieberman divide a direção com a também atriz Molly Gordon. São estreantes na função em longas, daí o caos que vemos nas telas. Mas como atriz e cantora, Molly Gordon (que faz a professora de música Rebecca-Diane) esbanja talento, assim como seus amigos de longa data Ben Platt (o professor de atuação Amos) e Noah Galvin (o faz-tudo Glenn). Além disso, o elenco infanto-juvenil arrasa em suas participações atuando e dançando como prodígios. As intervenções teatrais, seja em ensaios ou na apresentação final, encantam, e fazem-nos esquecer de algumas piadas sem graça e da trama forçada. Como exemplo desse enredo truncado, a atriz principal vai embora em cima da hora e, com isso, surge a chance de um artista sair do armário e mostrar seu talento.

Fica nítido o entrosamento natural dos principais criadores, que já se conhecem há tempos. E isso resulta numa gostosa naturalidade espontânea, que deve ter contaminado os artistas mirins. Deixando de lado a direção confusa e a tentativa frustrada de criar um falso reality show, a explosão de talento dos atores, adultos e jovens, tornam Acampamento de Teatro um espetáculo divertido.   

 

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Direção:

Acampamento de Teatro | Theater Camp | 2023 | 92 min | EUA | Direção: Molly Gordon, Nick Lieberman | Roteiro: Noah Galvin, Molly Gordon, Nick Lieberman, Ben Platt | Elenco: Ben Platt, Molly Gordon, Noah Galvin, Jimmy Tatro, Caroline Aaron, Ayo Edebiri, Nathan Lee Graham, Owen Thiele, Amy Sedaris, Patti Harrison.

Onde assistir:
Acampamento de Teatro (cena do filme)
Acampamento de Teatro (cena do filme)
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