A cineasta belga Agnès Varda morreu hoje, aos 90 anos, em Paris.
Agnès Varda é um dos mais essenciais nomes do cinema francês e mundial desde seu filme de estreia, La Pointe-Courte, de 1955. Sua obra prima, ou pelo menos a mais conhecida de sua respeitada filmografia como diretora de ficção e documentários, é Cléo das 5 às 7, lançado em 1962, que cobre duas horas da vida da protagonista em Paris, uma obra pioneira da nouvelle vague. Varda ainda estava na ativa, tendo lançado o documentário Visages Villages em 2017, com distribuição no Brasil pela Fênix Filmes. Como se preparasse para sua despedida, trabalhava em uma série documental biográfica sobre sua carreira, com título original de Varda par Agnès – Causerie.
Sua filmografia brilhante foi reconhecida com variadas premiações, em Cannes (2010, 2015 e 2017), Berlin (1965), César (1984, 2001 e 2009), Veneza (1985), Locarno (2014), entre tantas outras, inclusive o Oscar honorário em 2018. Visages Villages, aliás, foi indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro e venceu pelo voto popular na categoria de documentário estrangeiro na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo em 2017.
Teve uma filha, Rosalie, com Antoine Bourseiller, que atuou em Cléo das 5 às 7. Em 1962, casou-se com o famoso diretor francês Jacques Demy, relacionamento que gerou seu filho Mathieu e que durou até a morte de Demy, em 1990.
Agnès Varda morreu devido a um câncer, mesma doença que afligia a personagem Cléo de sua obra prima.