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Alguém Especial (filme)
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Alguém Especial

Avaliação:
7/10

7/10

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Crítica | Ficha técnica

Drama, comédia e romance se misturam em Alguém Especial, um filme que busca fortalecer o poder feminino e a diversidade.

A diretora e roteirista Jennifer Kaytin Robinson já levantou a bandeira feminista antes, na sua série Sweet/Vicious (2016/2017). Essa produção da MTV apresenta duas protagonistas que agem como justiceiras punindo homens que molestaram mulheres. Em Alguém Especial, as três personagens principais passam por uma jornada de autoafirmação.

O enredo

O filme cobre o curto período de um dia, imediatamente após Jenny (Gina Rodriguez) ser dispensada por Nate (LaKeith Stanfield), com quem namorava há nove anos. Falta um dia para Jenny se mudar para San Francisco, onde ela assumirá o emprego de seus sonhos como jornalista musical. Por isso, Jenny decide passar as últimas horas em Nova York se divertindo muito com as amigas Blair (Brittany Snow) e Erin (DeWanda Wise).

Blair, que está com 29 anos, desperta sua sexualidade nesse dia, deixando de lado um relacionamento morno com o “namorido” para descobrir o sexo casual com um antigo colega. Erin, por seu lado, adquire coragem para assumir um namoro sério com sua parceira.

Dessa forma, as três protagonistas demonstram que não dependem dos homens, cada uma a seu modo.

Perspectiva feminina

Essa perspectiva feminina, revelando que as mulheres podem lidar com o sexo da mesma forma que os homens, já havia sido levada para as telas na série Sex and the City (1998-2004), que também elencava três protagonistas. No entanto, Alguém Especial é mais contundente. Na série, Carrie Bradshaw (Sarah Jessica Parker) se derretia pelo seu amado Mr. Big. No filme, Jenny sofre com a separação, porém reúne forças para seguir em frente, com o apoio das amigas. Em uma comédia romântica clássica, o esperado era que ela ou o namorado acabassem juntos.

Ademais, Alguém Especial é também mais ousado no linguajar grosseiro e no mergulho nas drogas e bebidas. Fica evidente a mão de Paul Feig, um dos produtores do filme. Antes, Feig explorou esse comportamento depravado por parte das mulheres na sua comédia Missão Madrinha de Casamento (Bridesmaids, 2011), encontrando humor ao expor nas telas atitudes que antes eram consideradas exclusivamente masculinas.

Por outro lado, a diretora Jennifer Kaytin Robinson apresenta uma linguagem moderna. Nesse sentido, conta resumidamente a estória do namoro em uma montagem usando telas de Whatsapp e páginas de redes sociais – atualizando o passeio por manchetes de jornais do cinema clássico. Além disso, insere flashbacks rápidos de lembranças de Jenny sobre o relacionamento com Nate, sempre mostrando o que a estimula a recordar. Canções que marcaram o namoro, situações, frases, lugares – o Washington Square marca presença essencial na estória.

Nesses flashbacks, há uma sequência que parece videoclipe, quando Jenny está de carona em um carro e passa por uma rua que frequentava com Nate. Vemos os dois atores, magicamente, em vários endereços da mesma rua, como se pudessem estar em vários locais ao mesmo tempo, num belo efeito visual.

Diversidade forçada

Mas, se o empoderamento feminino se encaixa naturalmente na estória de Alguém Especial, a diversidade soa forçada. Afinal, cada uma das três protagonistas representa uma etnia: Jenny é latina, Blair loira e Erin negra. Essa composição de personagens se tornou prática comum e parece até que obrigatória, e, por isso mesmo, repetitiva demais. Já o fato de Erin ser lésbica soa mais legítimo, e provoca uma variação para mostrar que as mulheres não dependem dos homens.

No elenco, estão Gina Rodriguez, da série Jane The Virgin, Brittany Snow, da trilogia A Escolha Perfeita, e DeWanda Wise, da série Ela Quer Tudo.

Pela direção moderna de Jennifer Kaytin Robinson, pelo ritmo ágil, e, principalmente, por tirar do lugar comum da comédia sob perspectiva masculina, vale a pena assistir Alguém Especial.

 

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