As diretoras Anna Muylaert e Lô Politi traçam um retrato próximo e íntimo do cotidiano da ex-presidente Dilma Roussef no novo documentário Alvorada. O recorte focaliza o período do processo de impeachment que acabou por afastar a primeira mulher eleita presidente do Brasil.
A estreia mundial de Alvorada acontece no festival É Tudo Verdade, com exibição online e gratuita nos dias 13/04 (21h) e 14/04 (15h).
Alvorada capta o período de julgamento do impeachment de Dilma Roussef em 2016, filmado em tom de urgência. Cientes de que outros filmes já estavam em produção sobre os fatos que se desenrolavam no Congresso e na sociedade civil, as diretoras e equipe optaram por captar somente o espaço fechado do Palácio residencial da presidente. Como resultado, o filme mostra o fortalecimento de uma mulher, que embora estivesse sendo o alvo de todo o tipo de violência, não esmoreceu. O documentário registra sua visão lúcida da história, ciente da onda conservadora que estava por vir.
Assim, o filme revela aspectos inéditos da personalidade de Dilma, na medida em que retrata a Presidente em conversas informais sobre política, história, literatura e, principalmente, sobre si mesma. Sem intenção de explicar detalhadamente todo o processo de impeachment, o filme observa o lado humano deste processo de dentro da residência oficial da sua personagem principal.
Segundo as diretoras Anna Muylaert e Lô Politi:
“Alvorada é um filme de emergência, feito no calor da hora entre pessoas que nunca tinham trabalhado juntas, mas que se uniram num esforço estupefato para registrar os últimos momentos de Dilma Roussef no poder, sob a pressão de um golpe. Alvorada tem o ponto de vista da residência da presidente em todos os seus andares e esferas de poder focando sua câmera não nos grandes gestos históricos – já retratados em outros filmes do período – mas sim nos pequenos gestos pessoais de Dilma, seus assessores e funcionários e no clima de melancolia destes dias finais.
Hoje, quase 5 anos depois, como consequência direta daquele período conturbado – vivemos uma crise sanitária, econômica, política e moral no Brasil – talvez a maior de nossa história. Acreditamos que ver o filme hoje e poder observar como ela reagiu pessoalmente a sua retirada do poder, possa talvez nos ajudar a compreender um pouco mais porque chegamos até aqui.”
