Amazonas, o maior rio do mundo, foi filmado em 1918 pelo cineasta e fotógrafo luso-brasileiro Silvino Santos (1886-1970). Primeiro longa-metragem filmado no Amazonas, a obra era dada como desaparecida desde meados dos anos 1930. Mas foi reencontrada, no início deste ano, no Národní Filmový Archiv (Arquivo Nacional de Cinema da República Tcheca). Agora, no dia 22 de novembro de 2023, às 20h, a Cinemateca Brasileira tem a honra de exibí-lo pela primeira vez no Brasil.
A primeira exibição no Brasil ocorrerá na Cinemateca Brasileira. A sessão será acompanhada por um debate com Sávio Luís Stoco, professor da Universidade Federal do Pará (UFPA) e especialista na obra de Silvino Santos; Eduardo Morettin, professor livre-docente do Departamento de Cinema, Rádio e Televisão da ECA-USP e Klára Trsková, curadora de cinema Národní Filmový Archiv (Arquivo Nacional de Cinema da República Tcheca). A mediação é da jornalista da Folha de S. Paulo, Giuliana de Toledo.
A sessão tem o apoio do Národní Filmový Archiv (Arquivo Nacional de Cinema da República Tcheca) e do jornal Folha de S. Paulo. A entrada é gratuita e os ingressos podem ser retirados com uma hora de antecedência.
Após a sessão em São Paulo, o filme será exibido em João Pessoa (PB), no dia 1/12, na programação do 18º Fest Aruanda do Audiovisual Brasileiro. No dia 7/12, será a vez do Rio de Janeiro (RJ), em sessão na Cinemateca do MAM Rio, seguida de debate. E no dia 22/12, haverá exibição em Fortaleza (CE), em parceria com o Cineteatro São Luiz e o Cine Ceará. Já no dia 29/12, há ainda uma sessão no Teatro Amazonas, em Manaus (AM), em parceria com o Cine Set e o Governo do Estado do Amazonas. Em 2024, o filme será exibido no exterior, na Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema, em Lisboa (Portugal).
Sobre o filme
Silvino Santos entrou na história do cinema brasileiro com o seu pioneiro documentário No Paiz das Amazonas (1922) e como um dos maiores realizadores de não-ficção do país. Em suas memórias, Silvino chegou a contar como seu colega de equipe, Propércio de Mello Saraiva, fingiu ser o diretor de Amazonas, o maior rio do mundo e negociou sua venda internacional antes de todos os materiais do filme se perderem pela Europa.
A obra foi redescoberta em Praga, em 2023, em internegativos duplicados de uma cópia em nitrato de celulose. Estava erroneamente catalogada como uma produção norte-americana de 1925.
O filme foi exibido no último dia 10/10 em um dos principais eventos dedicados ao cinema silencioso, a Giornate del Cinema Muto (Festival de Cinema Mudo de Pordenone), na Itália.
O documentário, de 66 minutos, registra o rio Amazonas, as regiões que percorre, seus afluentes, confluentes, sua flora, fauna, seus habitantes. E ainda inclui algumas das primeiras imagens em movimento conhecidas do povo indígena Uitoto. Além disso, traz sequências mais longas mostrando as indústrias extrativas da região: borracha, castanha-do-pará, madeira, pesca e até mesmo as penas de garça.
Serviço:
Exibição de Amazonas, o Maior Rio do Mundo
Quarta-feira, 22 de novembro, às 20h
Sessão seguida de debate
Cinemateca Brasileira (Largo Senador Raul Cardoso, 207 – Vila Mariana – São Paulo).