O drama nostálgico sul-coreano As Primeiras Histórias de Amor exalta a pureza da amizade adolescente.
Um radialista que recebe pedidos de música dos ouvintes para tocar em seu programa se depara com uma solicitação que o remete à sua adolescência. Então, ele relembra o verão de 1991, na ilha sul-coreana em que sua família morava. Dentro do grupo de cinco amigos, ele se lembra com mais emoção de Soo-Ok, uma garota que sonhava ser uma cantora, mas se sentia reprimida com uma doença na perna que a deixava manca.
O filme mostra a reação dos protagonistas adultos, enquanto eles se emocionam com as memórias nostálgicas que ainda os conectam. Assim, acompanhamos as aventuras alegres desse grupo, e percebemos o quanto eles ainda são ingênuos. Em especial, Soo-Ok, que nem entende as piadas de duplo sentido que os amigos contam. Por isso, ela sofrerá uma grande decepção, provocada por um médico com intenções duvidosas. Com sua autoconfiança já abalada pelo complexo de inferioridade devido à perna, ela não suporta o baque.
Mistura de tons
Estreia da diretora Eun-Hee Lee, As Primeiras Histórias de Amor conduz sua história em três tons. Ou seja, as memórias felizes do último verão juntos, o alívio cômico (exagerado) da mãe e do irmão de um dos amigos, e a tristeza depois da tragédia. Em meio a tudo isso, a paixão platônica do radialista quando jovem por Sook-Ok. Com essa mistura, exceto pelos trechos de humor, apoiadas nas interpretações caricatas dos atores que fazem esses personagens secundários, o restante do filme consegue envolver o espectador.
As lembranças que se tornaram melancólicas com o tempo possuem esse duplo sabor. Para os adolescentes, vivendo aquele presente, o tempo é de alegria. Mas, os adultos lembram esse verão com tristeza, por causa do desfecho trágico. Esses momentos possuem o timing adequado, o que não acontece com as reações após o luto. Estas se estendem demais e, com isso, deixam escapar um pouco de sua força dramática.
Já o romance se mantém no platônico, devido à imaturidade dos personagens, ainda não encorajados para tomar uma atitude ativa. Esse sentimento está belamente ilustrado na cena em que o radialista, adolescente, protege Sook-Ok da chuva. E, também, na fantasia do desfecho com os dois no farol, remetendo à lenda de amor citado pela garota durante o filme.
Os protagonistas
Por outro lado, os cinco amigos possuem características bem definidas e complementares, o que cria dinâmica nesse grupo. Apenas o amigo maratonista parece um pouco menos trabalhado, e poderia ser dispensado na narrativa. Mas, os demais garantem o tema principal, que evidencia a ideia de que o apoio ao amigo possui uma importância muito mais forte do que aparenta.
Enfim, As Primeiras Histórias de Amor emocionará o público teen que passa por essa fase agora, bem como os adultos que vivenciaram uma adolescência pura.
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Ficha técnica:
As Primeiras Histórias de Amor | Soonjung | 2016 | Coréia do Sul | 113 min | Direção: Eun-Hee Lee | Roteiro: Chang-Hoon Han, Eun-Hee Lee | Elenco: Kyung-soo Do, Kim So-Hyun, Joon-seok Yeon, Lee Da-wit, Da-Yeong Ju, Jang-su Bae, Park Hae-joon, Seok-jeong Hwang.
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