As Trapaceiras reúne Anne Hathaway e Rebel Wilson como duas golpistas que disputam quem é melhor em extorquir dinheiro dos homens.
Josephine (Hathaway) ganha milhões de dólares dando golpes de alta classe em homens na luxuosa cidade costeira de Beaumont-sur-mer. Porém, a chegada da trambiqueira barata Penny (Wilson) pode atrapalhar a atuação em seu território. Então, ela propõe um desafio à intrusa: ver quem consegue extorquir primeiro US$ 500.000 de um nerd milionário chamado Thomas (Alex Sharp). Porém, as duas terão uma surpresa.
Dupla cômica
A premissa parece interessante. Anne Hathaway e Rebel Wilson compõem uma dupla cômica típica. Ou seja, baseada no contraste entre as duas, tanto física como socialmente. Assim, Hathaway vive uma mulher de alta-classe e Rebel uma pilantra fuleira. A parte inicial do filme, que apresenta cada uma delas agindo antes de se conhecerem, é bem interessante. Afinal, o público se diverte tentando descobrir qual é o esquema que elas inventaram.
E o roteiro de As Trapaceiras continua instigante enquanto Penny atua ao lado de Josephine como se fosse uma estagiária. Nesse sentido, como mentora, a sofisticada golpista ensina alguns truques divertidos para a aprendiz.
Porém, esses segmentos apenas preparam para a trama central do filme. Eis que, justamente aí As Trapaceiras perde sua graça. Enquanto disputam quem leva primeiro a grana do jovem geek milionário, elas acabam provando o gosto do seu próprio veneno. O espectador fica desapontado porque foi levado a se empolgar com a astúcia da dupla de golpistas e, então, percebe que elas não são tão especiais.
O filme lembra a trama de Os Safados (Dirty Rotten Scoundrels, 1988) e Doce Trapaça (Heartbreakers, 2001), dentre outros filmes do gênero. Mas As Trapaceiras está um nível abaixo. Ao invés de mostrar uma dupla genial em ação, se concentra em praticamente um golpe que fracassa, deixando o espectador frustrado na expectativa de se deleitar com cambalachos bem bolados.
