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Assalto ao Banco Central (filme)
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Assalto ao Banco Central

Avaliação:
6.5/10

6.5/10

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Crítica | Ficha técnica

Assalto ao Banco Central conta como aconteceu o ousado roubo de 2005 em Fortaleza. O filme marca a estreia do ator Marcos Paulo na direção. Sua única realização nessa função, pois ele viria a falecer em 11 de novembro de 2015, vítima de embolia pulmonar. Conseguiu um resultado acima da média, com um roteiro que trabalha a narrativa não-linear e um elenco de alto escalão.

O longa segue os modelos dos heist movies, os filmes de assalto. Começa com o recrutamento dos membros da quadrilha, sob a liderança do Barão (Milhem Cortaz). Isso permite que conheçamos bem os personagens principais – entre os assaltantes, apenas dois recebem pouca atenção. Aliás, a esperta estrutura narrativa não se limita à introdução dos assaltantes, e salta no tempo para a investigação após o roubo. Assim, conhecemos também o delegado Amorim (Lima Duarte) e a investigadora Telma (Giulia Gam).

O enredo ainda arrisca apresentar três tempos na narrativa. Além do presente (a investigação) e do passado (execução do roubo), surge ainda um passado mais remoto (o dos primeiros planejamentos). Dessa forma, entendemos o plano do roubo e sua exaustiva execução. Durante três meses, a quadrilha cavou o túnel de uma empresa de fachada até o banco, e o filme aproveita esse processo para inserir suspense em incidentes em que eles são quase descobertos e em que surgem inevitáveis atritos dentro do bando. Um momento de destaque é a conexão entre os tempos quando Amorim atravessa o túnel do banco até a casa onde os bandidos se abrigavam, e ele abre a porta para desvendar qual era a fachada do local.

Personagens

O talento do elenco permite que o filme coloque bons momentos de alívio cômico, principalmente com o engenheiro comunista vivido por Tonico Pereira, em constante atrito com o empreiteiro Tatu (Gero Camilo). O próprio Lima Duarte compõe um delegado veterano com múltiplos tons, que vão desde a eficácia e dureza ao cinismo. Por outro lado, Milhem Cortaz e Juliano Cazarré garante a tensão da história. O único personagem que parece caricato é o rapaz gay e fanático religioso Devanildo (Vinícius de Oliveira).

Frustração

Mas toda essa riqueza do filme começa a ruir a partir do momento em que o roubo chega ao final. A diferenciada estrutura narrativa se desfaz e passa a seguir a linearidade. Além disso, a própria história perde sua graça, pois agora se concentra na captura dos bandidos, que cometem erros e permitem que Amorim e Telma os rastreie (pelo menos uma parte deles). E, como isso tudo corresponde a metade do filme, a sua apreciação fica comprometida.

Em suma, Assalto ao Banco Central empolga na sua primeira metade, enquanto o roubo está em execução. No restante, na captura ou fuga dos ladrões o filme perde o fôlego. Se a trama se concentrasse somente no roubo, sua avaliação seria bem melhor.


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