Bailarina

Título original: Ballerina

Ano de lançamento: 2025

Data de estreia no Brasil: 04/06/2025

Direção: Len Wiseman

Gênero:

Mais informações na ficha técnica abaixo do texto

Avaliação: 7/10

Debaixo de uma massiva campanha de marketing, chega aos cinemas Bailarina, spin-off que acontece durante os eventos de John Wick 3: Parabellum (2019) na linha de tempo da franquia. A imagem de Ana de Armas no papel título inundou as redes sociais a fim de garantir que ninguém sentisse a ausência da figura famosa de Keanu Reeves como protagonista. Mas, na verdade, a maior ausência é a de Chad Stahelski na direção, função que o ex-dublê exerceu nos quatro filmes John Wick. Descontente com a primeira versão dirigida por Len Wiseman, da franquia Anjos da Noite (Underworld), Stahelski filmou novas cenas de ação para adicionar ao filme (fonte).

A decisão de Stahelski faz sentido, pois a franquia se notabilizou pelas cenas de luta violentíssimas e a versão que estreia na telona apresenta uma quantidade imensa delas. De cara, abre com Eve Macarro, a futura Bailarina, ainda criança, sendo protegida pelo pai, que acaba morto por um tal de Chanceler (Gabriel Byrne) e seu grupo armado. A menina, que adora balé, entra para o Ruska Roma da Diretora (Anjelica Huston). Mas, muito mais do que aprender a dançar, Eve será treinada para ser uma assassina letal.

Esse trecho inicial que revela as origens da Bailarina difere bastante da construção do personagem John Wick, que tinha como um de seus encantos a completa ausência de informações sobre o seu passado. Inclusive, a sua motivação para vingança era propositalmente banal: mataram o seu cachorro. No caso de Eve, o lugar-comum impera. A garota cresce obcecada em se vingar da morte do pai. Porém, o treinamento no Ruska Roma parece duro demais para ela. Eis que, após a sua treinadora lhe aconselhar para lutar como uma garota (“fight like a girl”), o jogo muda, e ela se torna uma vencedora.

Modo John Wick

Essa virada óbvia salva o filme, que começava a perder o interesse. Eve passa nos testes, e ganha a sua primeira missão, na qual ela apanha terrivelmente. Uma elipse evidencia seu progresso, ao mostrar a Bailarina finalizando um trabalho deixando um rastro de dezenas de vítimas. O longa entra, definitivamente, no modo John Wick, ou seja, extremamente brutal com mortes a rodo como se fosse um vídeo game.

Essas características se reforçam ainda mais quando Eve entra numa isolada vila gélida onde mora o Chanceler. Nesse lugar, até os cidadãos mais pacatos são assassinos. Dessa forma, a Bailarina praticamente se transforma no jogador dentro do jogo que o espectador o está manipulando. Eve vagueia pelas ruas, atirando em quem aparece na sua frente, tomando cuidado para não ser surpreendida por algum ataque escondido. Bem filmados, esses trechos de ação se equiparam ao que os outros filmes da franquia oferecem. O destaque especial fica para o duelo de lança-chamas.

Mas, as apostas dramatúrgicas naufragam. Uma personagem revela ter um laço familiar com Eve, mas pouca emoção surge disso. E, dura pouquíssimo tempo. Além disso, o que deveria ser o clímax dramático, o encontro/confronto entre a Bailarina e o Baba Yaga, acaba sendo decepcionante e mal explicado.

Há um problema específico que me afetou demais, a ponto de atrapalhar a experiência de ver o filme. Não sei se isso aconteceu com outras pessoas, mas, para mim, o novo personagem Chanceler, interpretado por Gabriel Byrne, se parece muito com o recorrente gerente do Hotel Continental, o Winston, vivido novamente por Ian McShane. E tal semelhança provocou uma indesejada confusão.

Repleto de ação, Bailarina não é tão bom quanto os dois últimos filmes John Wick, que são os melhores. Mas, consegue se equiparar ao primeiro, e superar o segundo.     

___________________________________________

Ficha técnica:

Bailarina – Do Universo de John Wick | Ballerina | 2025 | 125 min. | EUA | Direção: Len Wiseman | Roteiro: Shay Hatten | Elenco: Ana de Armas, Anjelica Huston, Gabriel Byrne, Lance Reddick, Norman Reedus, Ian McShane, Keanu Reeves, Catalina Sandino Moreno, Anne Parillaud, Sooyoung Choi.

Distribuição: Paris Filmes.

Trailer:

Onde assistir:
Ana de Armas em "Bailarina"
Ana de Armas em "Bailarina"

Outras críticas:

Rolar para o topo