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Black Emperor of Broadway (filme)
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Black Emperor of Broadway

Avaliação:
5/10

5/10

Crítica | Ficha técnica

O filme Black Emperor of Broadway enaltece Charles S. Gilpin. Esse premiado e elogiado ator negro atuou como protagonista da peça “Imperador Jones”, de Eugene O’Neill, na Broadway, nos anos 1920.

Charles S. Gilpin trabalhava como menestrel há vinte anos quando decidiu que não iria mais pintar seu rosto de preto. Esse era um costume do teatro cômico da época para atores brancos e negros. Então, sendo extremamente talentoso, ele conseguiu estrear na Broadway na peça “Abraham Lincoln” de John Drinkwater. Dessa forma, foi descoberto por Eugene O’Neill, que o escalou no papel principal de sua nova peça, “Imperador Jones”, um estrondoso sucesso de crítica e público.

Porém, o autor exigia que seus atores respeitassem as falas que ele escreveu, sem mudar nada. No entanto, Gilpin se recusava a falar a palavra “nigger”. Ele afirmava que os negros nunca usavam esse termo quando conversavam entre si. E, como nenhum dos dois cedeu, acabaram brigando e Gilpin deixou de atuar em “Imperador Jones”.

Teatro norte-americano

A história contada em Black Emperor of Broadway é interessante e relevante, principalmente para a história do teatro norte-americano. O ator inglês Shaun Parkes, com extensa carreira na televisão, incorpora a forte presença de palco de seu personagem Charles S. Gilpin. E consegue replicar o quanto ele impressionou o público e a crítica atuando como o Imperador Jones. Porém, quando o personagem está fora do palco, Shaun Parkes decepciona. Em especial, nas cenas fracas dos sonhos em que Gilpin se vê sendo caçado.

Mas isso é resultado da direção de Arthur Egeli, neste seu sexto longa-metragem. De fato, Black Emperor of Broadway parece filme feito para a televisão (no mal sentido), com cenários e locações artificiais e falta de profundidade dos personagens. A esposa de Gilpin (em péssima atuação de Nija Okoro), simplesmente vai embora em uma cena nada emocionante, num momento que devia ser crucial para Gilpin. Antes ela tinha justificado o uso da palavra “nigger” na peça, como sendo representativa do poder dos brancos pois, na verdade, o Imperador Jones não era um verdadeiro negro. Porém, apesar dessa sequência, Gilpin inexplicavelmente continua a brigar com O’Neill – como se aquele trecho não tivesse existido.

Além disso, a trilha sonora é um dos maiores defeitos do filme. O uso da música é exagerado e onipresente, forçando o sentimentalismo. É o principal elemento que aproxima esse filme de uma produção para a TV.

Black Emperor of Broadway é um registro importante, porém filmado burocraticamente, sem inspiração.


Ficha técnica:

Black Emperor of Broadway (Black Emperor of Broadway, 2019) EUA. 95 min. Dir: Arthur Egeli. Rot: Ian Bowater, Adrienne Earle Pender. Elenco: Shaun Parkes, John Carter Hensley, Nick Moran, Liza Weil, Lonnie Farmer, Nija Okoro, Eve Annenberg, Nicholas Dorr, Heather Egeli, Alexandra Foucard.

Black Emperor of Broadway (filme)
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