Bling Ring: A Gangue de Hollywood retrata o bizarro caso de um grupo de adolescentes de Los Angeles (EUA) que invadia casas de celebridades para praticar furtos. Mais do que dinheiro, eles queriam experimentar o estilo de vida dessas estrelas. Para isso, levavam roupas, sapatos, joias e acessórios para usar em casas noturnas famosas. O dinheiro que furtavam servia para entrar nesses lugares chiques e também para comprar drogas e bebidas.
O grupo, formado principalmente por garotas, valorizava o fútil estilo de vida das celebridades, sem nenhuma intenção amoral de roubar dos ricos para dar aos pobres ou tirar de quem não sentirá falta. Como resultado final, os delinquentes acabam pagando o alto preço de anos de encarceramento por esses atos criminosos com motivação bem rasa.
Direção de Sofia Coppola
O talento da cineasta Sofia Coppola aparece em algumas sequências do filme. Para caracterizar a sensação alucinada dos jovens nas baladas, eles são mostrados em slow motion e sem música de fundo. Por outro lado, a impressão de que praticam delitos fica clara no trecho em que o grupo invade uma casa e vemos de longe a sua movimentação.
A diretora já havia penetrado profundamente no universo de jovens mulheres em As Virgens Suicidas (1999). Nesta nova produção, porém, preferiu um estilo mais próximo do documental, permanecendo-se à distância das motivações íntimas dos personagens baseados em fatos reais.
Assim, Bling Ring acompanha os delitos dos adolescentes, suas festas e planejamento dos golpes, mas não constrói as suas personalidades. Essa escolha acaba por distanciar o espectador, que acompanha a trama, mas não desenvolve nenhum sentimento em relação aos personagens. Dessa forma, o bando é retratado como um grupo e não como indivíduos.
Até por isso, o elenco traz apenas iniciantes, com exceção de Emma Watson (conhecida atriz britânica dos filmes de “Harry Potter”). Então, os protagonistas estão apenas um pouco mais em destaque do que o restante do bando. E quem os interpreta são os novatos Katie Chang (Rebecca, a líder do grupo) e Israel Broussard (Marc, o garoto gay). Nos papeis das demais garotas estão Claire Julien e Taissa Farmiga, também em começo de carreira. Todos esses atores, Emma Watson inclusive, fazem um bom trabalho em conjunto, dando credibilidade aos seus desprezíveis modos de vida, porém sem destaques individuais.
Em suma, assista Bling Ring: A Gangue de Hollywood como um relato de fatos e não uma história com personagens relevantes.
