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Brightburn: Filho das Trevas (filme)
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Brightburn: Filho das Trevas

Avaliação:
7.5/10

7.5/10

Crítica | Ficha técnica

Brightburn: Filho das Trevas desconstrói o mito dos super-heróis benevolentes, especificamente o Superman. Partindo da história do homem-de-aço, os primos Brian Gunn e Mark Gunn desviam o rumo para o terror. Tomam como base que o Superman chegou à Terra do espaço, portanto, é um alienígena. Agora, os Gunn imaginam o que aconteceria se esse ser extraterrestre não fosse do bem, mas enviado para cá para destruir o planeta. Só para constar, os dois roteiristas escreveram antes Viagem 2: A Ilha Misteriosa (Journey 2: The Mysterious Island, 2012), com resultados apenas razoáveis.

Na direção, está David Yarovesky, que estreara em longa com a ficção-científica/terror A Colmeia (The Hive, 2017) – que, aliás, ele referencia em Brightburn, quando uma professora dá uma aula sobre abelhas. Yarovesky evita que a distorção do Superman dos primos Gunn se transforme numa paródia, o que é essencial para que o filme funcione no tom do terror, como propõe esta produção. Para isso, recorre ao gore, à violência gráfica extrema. Assim, prepare-se para ver um caco de vidro perfurando um olho, uma mandíbula solta, só como exemplos. Provavelmente, sem tal sanguinolência não aceitaríamos com seriedade ver o menino com superpoderes voando ou soltando um raio laser pelos olhos.

Superman às avessas

Tal como o Superman, uma nave espacial com um bebê dentro cai numa área rural em Kansas, Estados Unidos, perto de uma fazenda. O casal de donos, Tori e Kyle Breyer, que não consegue engravidar, adota o menino, e lhe dá o nome de Brandon. Uma montagem rápida de trechos de vídeos caseiros demonstra a passagem da infância sem nada de anormal. Porém, um pouco antes de seu 12º aniversário, Brandon inconscientemente se desloca da sua cama até o celeiro, e sua mãe intervém quando ele estava prestes a descobrir a nave que o trouxe do espaço, que está ali escondida. É um trecho que se assemelha aos eventos de uma possessão em filmes de terror, até mesmo com uma voz gutural chamando pelo menino. Daí em diante, ele gradativamente se torna mais agressivo e descobre que possui superpoderes (força descomunal, raios infravermelhos, capacidade de voar, ultra velocidade, invulnerabilidade etc.).

Em pouco tempo, a essência alienígena domina a influência humana dos pais, e Brandon começa a matar todos que representem algum obstáculo para ele. O filme traz mortes com violência explícita, jump scares, perseguições, e até um símbolo, uma marca que representaria um culto ou algo similar em um filme de terror. Aqui, é a assinatura estilizada de “BB”, Brandon Breyer, e que poderia ser, também, o nome da cidade fictícia onde se passa a trama (Brightburn, como o supermenino será chamado nos noticiários que fecham o longa).

Mas, Brandon não pode ser totalmente invencível, aliás, assim como o Superman também não é. E o roteiro, espertamente, cria a kryptonita do pequeno alienígena, que é o metal com o qual a sua nave foi construída. Enfim, tudo está preparado para gerar uma sequência do filme, que, até agora, não aconteceu.

Terror acima de tudo

Parte dos motivos que não fazem Brightburn tão impactante como deve ser está na abordagem do espectador. Se assistirmos apenas pensando nas adaptações distorcidas em relação às origens do Superman, o filme pode se tornar maçante. Mas, se o apreciamos como um filme de terror em sua essência, e a relação com o Superman como um diferencial, a experiência é superior. Aparentemente, esta é a proposta dos seus realizadores, caso contrário, a sequência do pesadelo seria totalmente desnecessária. Então, se você não o assistiu sob esse ângulo, ou ainda vai vê-lo, experimente ver sob essa perspectiva.

Por fim, cabem, ainda, interpretações quanto a analogias à adolescência e à adoção. Ou seja, em relação às transformações que a criança experimenta ao se tornar um adolescente, e aos receios de pais adotantes quanto à origem da criança. 

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Ficha técnica:

Brightburn: Filho das Trevas | Brightburn | 2019 | EUA | 91 min | Direção: David Yarovesky | Roteiro: Brian Gunn, Mark Gunn | Elenco: Elizabeth Banks, David Denman, Jackson A. Dunn, Jennifer Holland, Matt Jones, Meredith Hagner, Emmie Hunter.

Sony Pictures

Trailer:

Onde assistir "Brightburn":
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