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Brooklyn: Sem Pai Nem Mãe

Avaliação:
7/10

7/10

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Crítica | Ficha técnica

Em Brooklyn: Sem Pai Nem Mãe, Edward Norton assume a direção, fato raro em sua carreira. Ele havia dirigido antes apenas uma vez na vida, a comédia romântica Tenha Fé, há dezenove anos. De novo, ele também atua no filme que dirige, o que desta vez deixa uma impressão de aproveitar o filme como veículo de promoção de sua própria carreira.

Afinal, o que resta de mais marcante em Brooklyn: Sem Pai Nem Mãe é o protagonista, Lionel Essrog, interpretado por Edward Norton. Ele integra uma equipe de detetives particulares na Nova York dos anos 1950. O que o distingue de outros personagens do cinema com a mesma profissão é sua caracterização como portador da Síndrome de Tourette, e com isso ele possui vários tiques incontroláveis, falando o que vem à mente sem conseguir filtrar e praticando gestos estranhos e repetitivos. Como contraponto, ele possui uma memória invejável que o dispensa de tomar notas.

Começa a investigação

A estória começa com a morte do melhor amigo de Lionel, o colega detetive que o protege desde criança – interpretado por Bruce Willis. Quando começa a investigar quem e por que seu amigo foi assassinado, Lionel se coloca em posição de risco, transformando-se em alvo de um grupo perigoso de mafiosos.

Com características de film noir, Brooklyn: Sem Pai Nem Mãe caminha vagarosamente por várias trilhas para desviar o protagonista da elucidação do mistério. O recurso é usual em filmes do gênero, mas as mais de duas horas de filme geram uma expectativa enorme no espectador. Aliás, a grande falha do filme está aí: quando o segredo é finalmente revelado, ele soa insuficiente, abaixo da ansiedade que intencionalmente o filme provocou durante sua longa exibição.

Dirigido, escrito e estrelado por Edward Norton

É por isso que Brooklyn: Sem Pai Nem Mãe parece como um veículo para o ator Edward Norton, dirigido por ele mesmo. É ele quem possui as melhores chances de se destacar, criando diversos trejeitos para demonstrar os efeitos da Síndrome de Tourette. E, habilmente, ele consegue transmitir graça nessas cenas, mas sem induzir a um humor de zombaria que seria politicamente incorreto. Pelo contrário, ele provoca empatia no espectador, que torce para que ele se dê bem. E esse objetivo fica ainda mais facilitado porque Lionel é o narrador no filme – como tipicamente acontece no film noir.

E há outro motivo para o filme não empolgar. Seu vilão é muito fraco. O ambíguo Moses Randolph (Alec Baldwin) não assusta, seus capangas é que fazem o trabalho sujo, mas agem longe dele. Assim, falta na tela uma conexão casual que identifique Moses como o perigoso chefão que deveria ser.

Então, Brooklyn: Sem Pai Nem Mãe pode até ser uma boa opção de filme atual sobre gangsters da primeira metade do século 20. Não empolga, mas pelo menos diverte com seu protagonista diferenciado.


Brooklyn Sem Pai Nem Mãe (filme)
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