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Cão Branco (filme)
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Cão Branco

Avaliação:
6/10

6/10

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Crítica | Ficha técnica

Em Cão Branco, um dos seus últimos filmes, o diretor Samuel Fuller critica ferozmente o racismo.

Contudo, o filme ganhou uma injusta polêmica e foi acusado de carregar mensagens racistas, exatamente o contrário do que sua mensagem propõe. A sua distribuidora, a Paramount, resolveu então não lançar o filme nos cinemas norte-americanos. Indignado, Samuel Fuller dirigiu suas produções seguintes na França, e nunca mais filmou nos EUA.

A história

A trama de Cão Branco soa absurda, mas se baseia em um acontecimento verídico vivido pela atriz Jean Seberg. No filme, a também atriz Julie Sawyer atropela um pastor alemão branco na estrada e o socorre. Depois, espalha anúncios para que seu dono possa resgatá-lo com ela. Enquanto isso, ela desenvolve uma afeição pelo animal, principalmente depois que ele a salva de um estuprador que invade sua casa.

Porém, o espectador descobre, antes que Julie, que o pastor é um cão de ataque, treinado para atacar pessoas negras. Quando Julie se dá conta disso, ela insiste em preservar a vida do cão, contrariando todas as advertências contrárias. Ela encontra o treinador de animais Keys, que aceita o desafio de recondicionar o cachorro, porque ele quer desencorajar os racistas que realizam esse cruel treinamento. Se ele provar que esses cães podem ser recondicionados, mostrará que não vale a pena perder tempo condicionando-os.

Análise

O tema é contundente, mas o filme é irregular. As cenas de ataque do cão branco, correndo em slow motion em direção à câmera, são assustadoras. A estória, porém, parece apressada demais. Por exemplo, o namorado de Julie alerta do perigo de morar sozinha na colina, e logo na cena seguinte um estuprador invade sua casa e a ataca. A fraca atuação da ex-atriz infantil Kristy McNichol é outro ponto fraco de Cão Branco.

Samuel Fuller, entretanto, preserva o essencial, que é sua mensagem contra o racismo. A aparição do dono do cão branco é crucial nesse sentido, pois ele é um senhor aparentemente respeitável, que bate à porta da casa de Julie acompanhado de suas duas netinhas. Essa figura insinua que o racismo está impregnado na sociedade, e, por isso, a experiência do treinador Keys é infrutífera. Não adianta provar que não vale a pena treinar cães para atacar negros – o que é necessário é banir o racismo.


Cão Branco (filme)
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