Pesquisar
Close this search box.
Carol (filme)
[seo_header]
[seo_footer]

Carol (2015)

Avaliação:
8/10

8/10

clique no botão abaixo para ouvir o texto

Crítica | Ficha técnica

A época é 1950 e o homossexualismo ainda é tabu em Nova York. Por isso, Carol (Cate Blanchett) sofre. Casou-se com Harge (Kyle Chandler) quando já sabia de sua predileção sexual. Tiveram uma filha, que agora se tornou o elo de discórdia para uma separação, porque Carol está apaixonada por Therese (Rooney Mara), mas viver esse amor pode significar perder a filha.

O filme do diretor Todd Haynes, de “Não Estou Lá” (I’m Not There, 2007), biografia de Bob Dylan também estrelada por Cate Blanchett, utiliza expressivamente as cores para simbolizar o relacionamento entre Carol e Therese. A amante mais experiente veste verde, principalmente em tons musgo. A princípio, Therese usa roupas vermelhas, mas conforme sua paixão por Carol aumenta, as cores mudam. Nos cenários, o verde se torna cada vez mais constante. Aliás, em certo momento, Therese repinta seu apartamento com essa cor, declarando subliminarmente aos espectadores que Carol a conquistou em definitivo.

De fato, na trama ela rompe um antigo relacionamento para dar vazão a seus sentimentos por ela. Mesmo quando há uma separação, um chapéu verde denuncia em quem Therese está pensando. Em cena emblemática, vemos a filha de Carol, vestindo verde, comprovando quão forte é o relacionamento das duas. Assim também com Abby, sua ex-namorada e agora melhor amiga.

Cate e Rooney

Cate Blanchett demonstra uma força interpretativa imensa vivendo uma personagem que controla suas emoções para não pôr tudo a perder.  A atriz não grita, não “dá piti”, mas expressa assim mesmo uma angústia enorme ao abdicar seus desejos para manter a possibilidade de ver sua filha. E ainda se entrega em uma bela cena de amor com sua parceira, filmada com muito bom gosto, mas que não deixa de ser picante.

Igualmente, Rooney Mara até surpreende como a delicada Therese, jovem ainda inexperiente que se deixa encantar por Carol, sofrendo por isso em algumas sequências do filme. Para quem se lembra dela como a Lisbeth Salander da versão americana de “Millennium: A Garota na Teia de Aranha” (The Girl in the Spider’s Web, 2018), chega a ser espantosa sua transformação física e mental para essa personagem tão distinta. Na cena de amor, ela e Blanchett se beijam, mas é somente Mara que aparece nua. Prevaleceu, claramente, o poder da atriz mais famosa. Mara esteve recentemente no Brasil, onde filmou “Trash: A Esperança Vem do Lixo” (Trash, 2014).

“Carol” revela com sua história o drama vivido por uma pioneira em assumir corajosamente suas vontades, colocando na balança o amor de mãe e o de companheira. O fato, baseado no livro “The Price of Salt”, de Patricia Highsmith, ganha nas telas o tom exato dessa angústia, sem extrapolar para o melodrama choroso. Por mais duras que fossem as consequências, Carol, a personagem, resignou-se em aceitá-las, descartando uma vida de aparências. Um filme consistente que utiliza os recursos cinematográficos em prol de sua narrativa, como a câmera na mão para caracterizar o estado emocional da personagem.


Onde assistir:
Carol (filme)
Carol (filme)
Compartilhe esse texto:

Críticas novas:

Rolar para o topo