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Chamas da Vingança (filme)
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Chamas da Vingança (2022)

Avaliação:
6.5/10

6.5/10

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Crítica | Ficha técnica

Hoje, essa nova versão do livro de Stephen King agrada mais do que a anterior, de 1984, de Mark. L. Lester. Embora Chamas da Vingança (Firestarter, 2022) não conte com o elenco de peso do seu antecessor, se assume melhor como um filme de terror, como esperado por ser uma produção da Blumhouse. Além disso, o roteiro está mais enxuto.

Entre os atores de Chamas da Vingança (Firestarter, 1984), estavam os premiados com o Oscar George C. Scott, Art Carney e Louise Fletcher, além do consagrado Martin Sheen. Os jovens talentos em ascensão David Keith e Heather Locklear faziam os pais de Drew Barrymore, esta recém-saída do blockbuster E.T.: O Extraterrestre (1982). Porém, o filme era longo demais, com uma enorme barriga na sua parte intermediária. A relação entre o pai e a filha era o forte do filme, mas, por outro lado, Drew Barrymore era fofa demais para representar uma bomba nuclear em potencial. Além disso, os efeitos especiais e visuais envelheceram, pois os realizadores da época precisavam se contentar, na maior parte, com explosões e lança-chamas.

Um filme B de terror

Para a refilmagem, a Blumhouse contratou o diretor ainda novato Keith Thomas, que fez apenas um longa, o terror The Vigil (2019). Este novo Chamas da Vingança é uma produção menor, um filme B, mas isso não representa, essencialmente, um problema para o gênero.

De cara, notamos uma característica típica desses trabalhos, que ajuda a tornar o tom mais assustador. Estamos falando da fotografia escura, um contraponto importante em relação à versão anterior. Além da pouca iluminação, os cenários são propositalmente sujos, feios. Por exemplo, como o centro da instituição de pesquisa, compare a bela mansão branca de 1984 com o prédio industrial de 2022.

Alterações nos detalhes da trama também acrescentam elementos de terror, como a esposa do fazendeiro que acolhe os protagonistas. Ao contrário da luminosa e cheia de vida Louise Fletcher, está uma mulher acamada com aparelhos em estado vegetativo. Aliás, essa mudança permite até a inserção de um dos jump scares espalhados ao longo do filme.

Imagens de má qualidade, gravadas em fitas de vídeo-cassete, no prólogo, remetem aos found footage de Atividade Paranormal (Paranormal Activity, 2007), um dos primeiros sucessos da Blumhouse. Sem dúvida, outro ingrediente que funciona bem.

Da mesma forma, é mais impactante que o pai, Andy McGee (Zac Efron), sangre pelos olhos (e não pelo nariz) quando utiliza seus poderes psíquicos para comandar outras pessoas. O vilão Rainbird (Michael Greyeyes) também encarna aqui numa versão mais aterrorizante, um assassino impiedoso que também tem poderes especiais provenientes das experiências da Oficina (The Shop). Além disso, esse personagem receberá uma surpreendente humanização na conclusão, o que adiciona uma novidade bem-vinda à trama.

Ritmo e referências

Em relação ao ritmo, o filme fica mais enxuto porque a menina Charlie (Ryan Kiera Armstrong) não é capturada e levada para o laboratório. Desta vez, somente o pai fica preso e ela sai atrás dele para resgatá-lo. Sendo ela a mais poderosa, faz todo o sentido e a história flui melhor. As cenas em que Charlie usa os seus poderes agora trazem gritos e efeitos visuais (e não apenas os cabelos esvoaçantes da versão original). E os ataques são de amplitude menor, mas mais eficientes em termos de emoção.

Chamas da Vingança (2022) ainda recorre a referências para agradar os espectadores. Os mais antigos notarão uma sutil homenagem a Drew Barrymore. Isso está na cena num subúrbio de classe média, quando Charlie encontra três garotos em bicicleta; situação que celebra E.T.. Já para o público mais novo, o filme surfa no sucesso da série Stranger Things (e talvez esse sucesso seja o motivo dessa nova versão). A série, que traz várias referências dos filmes de fantasia dos anos 1980, conta também com uma protagonista com poderes especiais que é perseguida por uma entidade secreta de pesquisas do governo. E, a trilha musical eletrônica, marcante na série, aqui no longa é composta pelo pioneiro John Carpenter, ao lado se seu filho Cody Carpenter e Daniel A. Davies.

Enfim, entre as várias refilmagens de filmes de terror dos anos 1980 e 1990 que surgiram na última década, Chamas da Vingança (2022) é um dos raros casos que merecem aprovação. Não que seja um filmão, mas porque cumpre sua função. Ou seja, quem que quer conhecer essa história de Stephen King hoje, vai com certeza apreciar melhor essa nova versão.  


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