Em comemoração ao 45º aniversário da independência da Angola, celebrado no dia 11 de novembro, o Cine África se une à produtora audiovisual angolana Geração 80 para exibir gratuitamente os documentários do projeto “Esta é a Nossa Memória”.
São cinco filmes que fazem parte de uma iniciativa da Associação Tchiweka de Documentação chamada “Angola – Nos Trilhos da Independência”, que estimulou a produção de memórias sobre este marco histórico do país.
A mostra no Brasil conta com o apoio da Mostra de Cinemas Africanos e do Sesc São Paulo e ficam disponíveis online até o dia 2 de dezembro de 2020 em sescsp.org.br/cineafrica.
Os filmes da programação são todos angolanos: o longa Independência (2015), o média Angola – Nos Trilhos da Independência (2012) e os curtas Mulheres de Armas (2012, foto), A Persistente Fragilidade da Memória (2015) e São Nicolau – Eles Não Esqueceram (2012).
O filme Independência foi essencial na construção intelectual da atual geração de angolanos, especialmente pela falta de conhecimento desta época da sua história. Dirigido por Fradique, venceu o Prémio Nacional Cultura e Artes de 2016 (Angola) e foi exibido no African Film Festival (EUA), Durban International Film Festival (África do Sul) e Luxor Film Festival (Egito).
Serviço:
Esta é a Nossa Memória: 45 anos da independência de Angola
Ciclo de documentários angolanos | Gratuito
De 11/11/20 (qua) a 02/12/20 (qua) | em sescsp.org.br/cineafrica
Títulos: Independência (2015), Angola – Nos Trilhos da Independência (2012), Mulheres de Armas (2012) e A Persistente Fragilidade da Memória (2015) e São Nicolau – Eles Não Esqueceram (2012).
Fichas técnicas dos filmes:
Independência | Angola | 2015 | 105 min. | Documentário | 12 Anos | Título Original: Angola – Nos Trilhos da Independência. Direção: Fradique. Roteiro: Fradique, Conceição Neto & Paulo Lara. Fotografia: Kamy Lara.
Sinopse: A 11 de novembro de 1975 Angola proclamou a independência, 14 anos depois do início da luta armada contra o domínio colonial português. O regime de Salazar recusava qualquer negociação com os independentistas, aos quais restava a clandestinidade, a prisão ou o exílio. Quando quase toda a África celebrava o fim dos impérios coloniais, Angola e as outras colónias portuguesas seguiam um destino bem diferente. Só após o golpe militar de 25 de abril de 1974 ter derrubado o regime, Portugal reconheceu o direito dos povos das colónias à autodeterminação. Os anos de luta evocados em “Independência” determinaram o rumo de Angola após 1975. Opções políticas, conflitos internos e alianças internacionais começaram a desenhar-se durante a luta anti-colonial. As principais organizações (FNLA e MPLA e, mais tarde, UNITA) nunca fizeram uma frente comum e as suas contradições eram ampliadas pelo contexto da Guerra Fria. A independência foi proclamada já em clima de guerra, mas com muita emoção e orgulho, como é contado no filme.
Trailer:
Angola – Nos Trilhos da Independência | Angola | 2012 | 55 min. | Documentário | 12 Anos | Título Original: Angola – Nos Trilhos da Independência
Direção: Fradique & Kamy Lara. Roteiro: Fradique & Kamy Lara. Fotografia: Kamy Lara
Sinopse: Foram 57 meses, 900 horas de material audiovisual recolhido em território angolano e internacional, com cerca de 700 depoimentos de protagonistas da luta anticolonial. Tudo isto destinado a preservar a memória de um período na História que diz respeito a Angola e à luta de todos os povos sob ocupação colonial cujas memórias padecem ainda de ser registadas e pensadas.
Mulheres de Armas | Angola | 2012 | 12 min. | Documentário | 12 Anos | Título Original: Mulheres de Armas. Direção: Kamy Lara. Roteiro: Fradique & Kamy Lara. Fotografia: Kamy Lara.
Sinopse: Realizado em 2012 no âmbito do Projecto “Angola – Nos Trilhos da Independência” sobre a participação da mulher angolana na Luta pela Independência Nacional.
São Nicolau – Eles Não Esqueceram | Angola | 2012 | 12 min. | Documentário | 12 Anos | Título Original: São Nicolau – Eles Não Esqueceram. Direção: Fradique & Kamy Lara. Roteiro: Fradique & Kamy Lara. Fotografia: Kamy Lara.
Sinopse: São Nicolau foi, no período colonial, o maior campo de prisioneiros políticos angolanos, milhares deles sem julgamento. A vastidão e a estrutura do campo não eram as de uma prisão típica, mas a fuga era praticamente impossível entre o mar e o deserto. A população de detidos e seus familiares vinha dos quatro cantos de Angola e dos mais diversos meios políticos, religiosos e profissionais. Todos partilhavam o sonho da Independência, mesmo quando divergiam sobre os caminhos para obtê-la.
A Persistente Fragilidade da Memória | Angola | 2015 | 26 min. | Documentário | 12 Anos | Título Original: A Persistente Fragilidade da Memória. Direção: Gretel Marin. Roteiro: Gretel Marin. Fotografia: Kamy Lara.
Sinopse: O filme reflete sobre a questão da memória, através de várias entrevistas aos membros do projeto “Esta é a Nossa Memória”.