O Cinecipó, festival do filme insurgente, acontece entre 30 de novembro e 28 de dezembro de 2020.
Em sua nona edição, o evento tem o objetivo de fazer o público refletir e consumir as produções audiovisuais nacionais realizadas por indígenas, negros, LGBTQIA+ e brancos dissidentes aliados nas lutas.
Os filmes foram divididos em quatro eixos: “Derivas”, filmes que trazem algum aspecto de performance; “Retomadas”, produções que se apropriam de arquivos ou reconstroem uma narrativa por meio de outras histórias/imagens; “Vigílias”, que partem do cinema mais realista que enfrenta alguma questão; e “Sonhos”, narrativas que são subvertidas de alguma forma.
A curadora Carina Maciel explica: “A proposta de curadoria desta edição do Cinecipó foi elaborada através de muito diálogo, o que considero ser o ponto forte da edição. O grupo heterogêneo que somos construiu quatro eixos a partir do olhar, da escuta e do tato que os títulos convocavam. Nossa montagem é um convite à partilha, os eixos e a programação são as coordenadas para que mais corpos estejam presentes no mesmo tempo e espaço através do cinema”.
Como atração especial, o festival apresenta, em exibição única e comentada no dia 1 de dezembro, Sertânia, de Geraldo Sarno, ainda inédito no circuito comercial. Nesse longa-metragem, a história de seu protagonista costura com precisão Canudos, como nosso “pecado original”, com a vida migrante no Sudeste e o cangaço.
A sessão de abertura traz o documentário experimental colombiano Nossa Voz de Terra – Memória e Futuro” (1982), de Marta Rodriguez e Jorge Silva. Recém restaurado e relançado no Festival de Berlim de 2019, o filme fica disponível entre as 19h de 29/11 e as 20hs de 1/12.
Junto com esses destaques, a programação geral da 9ª edição do Cinecipó conta com mais de 60 filmes, entre eles curtas e longa metragens ficcionais e documentais. As exibições acontecem gratuitamente no site www.cinecipo.com.br, onde se encontra a programação completa.
“Acredito que essa edição do Cinecipó vai acabar se tornando uma boa oportunidade para que as pessoas vejam ou revejam grandes filmes que já deram as caras durante o ano. Acho que também existe um importante gesto de reunir filmes produzidos por corpos diversos – pessoas negras, indígenas, cis e trans, localizados em diferentes partes do país”, reflete o curador Gabriel Araújo.
Serviço:
9ª edição do Festival Cinecipó
Data: 30/11 a 28/12
Gratuito