Sem didatismo, o documentário Cinema Novo, de Eryk Rocha, apresenta o movimento cinematográfico mais significativo do Brasil. E apresenta de duas formas. Verbalmente, pelas palavras dos próprios cineastas em registros históricos. Imageticamente, através de montagens inteligentes que conectam cenas de diferentes filmes do movimento – ora pela ação em cena, ora pelo seu clima.
Eryk Rocha opta por não informar os nomes dos filmes que insere no documentário, e por nem indicar quem fala nos registros que apresenta. Com isso, impede que Cinema Novo represente material de estudo para quem desconhece o movimento. Talvez, a intensão de não identificar quem é quem seja de reverter o efeito da forçada implosão do grupo através da individualização de seus integrantes.
Afinal, diferentes em estilo de filmar, os autores do Cinema Novo Brasileiro se conectavam pela urgência em captar o país com autenticidade. Porém, foram desunidos à força com a tomada do poder pela ditadura militar. Fora isso, como os próprios cineastas admitem, as obras produzidas pelo Cinema Novo, apesar de realizadas com a preocupação de colocar o verdadeiro Brasil nas telas, não atingiram o espectador médio, que estava já colonizado, ou seja, limitado a compreender a narrativa clássica americana. Em outras palavras, eram filmes sobre o povo, mas não conseguiram ser para o povo.
Por fim, antes dos créditos conclusivos, o filme homenageia cineastas e técnicos brasileiros, não só do Cinema Novo como de toda sua história.
Assista, para sentir o que foi o mundialmente aclamado Cinema Novo Brasileiro.
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Ficha técnica:
Cinema Novo | Brasil | 2016 | 90 min | Direção: Eryk Rocha | Roteiro: Juan Posada, Eryk Rocha | Com Nelson Pereira dos Santos, Carlos Diegues, Joaquim Pedro de Andrade, Glauber Rocha, Leon Hirszman, Ruy Guerra, Walter Lima Jr., Paulo César Saraceni, Luiz Carlos Barreto, Arnaldo Jabor, Geraldo Sarno, Orlando Senna, Zelito Viana.