Sem didatismo, o documentário Cinema Novo, de Eryk Rocha, apresenta o movimento cinematográfico mais significativo do Brasil. E apresenta de duas formas. Verbalmente, pelas palavras dos próprios cineastas em registros históricos. Imageticamente, através de montagens inteligentes que conectam cenas de diferentes filmes do movimento – ora pela ação em cena, ora pelo seu clima.
Eryk Rocha opta por não informar os nomes dos filmes que insere no documentário, e por nem indicar quem fala nos registros que apresenta. Com isso, impede que Cinema Novo represente material de estudo para quem desconhece o movimento. Talvez, a intensão de não identificar quem é quem seja de reverter o efeito da forçada implosão do grupo através da individualização de seus integrantes.
Afinal, diferentes em estilo de filmar, os autores do Cinema Novo Brasileiro se conectavam pela urgência em captar o país com autenticidade. Porém, foram desunidos à força com a tomada do poder pela ditadura militar. Fora isso, como os próprios cineastas admitem, as obras produzidas pelo Cinema Novo, apesar de realizadas com a preocupação de colocar o verdadeiro Brasil nas telas, não atingiram o espectador médio, que estava já colonizado, ou seja, limitado a compreender a narrativa clássica americana. Em outras palavras, eram filmes sobre o povo, mas não conseguiram ser para o povo.
Por fim, antes dos créditos conclusivos, o filme homenageia cineastas e técnicos brasileiros, não só do Cinema Novo como de toda sua história.
Assista, para sentir o que foi o mundialmente aclamado Cinema Novo Brasileiro.