Poster de "Covil de Ladrões 2"
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Covil de Ladrões 2

Avaliação:
5,5/10

5,5/10

Crítica | Ficha técnica

O primeiro filme, Covil de Ladrões (2018), surpreendeu quem esperava um filme policial violento comum e se deparou com uma trama repleta de reviravoltas inesperadas. Christian Gudegast, que o escreveu e dirigiu, não fez mais nenhum trabalho na indústria desde então, e retorna agora com a sequência Covil de Ladrões 2, sete anos depois.

Nessa sequência, o roteiro não consegue surpreender. Aposta na ideia de ter mais de um grupo envolvido nos crimes, originando daí a dificuldade de saber quem está traindo quem. Sobre essa dúvida, a mais importante só é revelada perto demais do fim, sobrando pouca margem para trabalhar a repercussão de tal descoberta.

Na trama, Nick (Gerard Butler), o policial durão do primeiro filme, muda de lado e se junta a Donnie (O’Shea Jackson Jr.), o bandido que lhe passou a perna na aventura anterior. Com a grana que roubou, e mais um montante resultante do assalto que abre o longa, Donnie contrata uma gangue para um ousado assalto ao centro mundial de diamantes em Nice.

Falhas no roteiro

Mas, esse enredo não se sustenta. Christian Gudegast parece buscar se aproximar dos filmes de espionagem grandiosos como os das franquias Missão Impossível e James Bond. Isso justifica a introdução repleta de ação que mostra Donnie (nesta sequência visto só de trás) em um roubo mirabolante. Além disso, o filme traz cenas em diversas locações internacionais (Los Angeles, Nice, Sardenha e mais), como é de praxe nesse gênero. O problema é que essa sequência acaba se distanciando do filme anterior, atrapalhando a construção de uma franquia consistente.

O roteiro, ademais, parece despreocupado em manter o mínimo de credibilidade. O centro mundial de diamantes, como se diz no filme, é um lugar de extrema segurança. Porém, não é isso que os eventos mostram. Donnie consegue se instalar no prédio que pretende assaltar; seu suposto chefe de segurança Nick nem é revistado e ainda tem a liberdade de entrar nos compartimentos dos cofres particulares.

E, claro, não podiam faltar aquelas coincidências bizarras, como o gerente que resolve do nada sair do bar onde assiste a um jogo de futebol à noite para ver se tudo está bem no local do trabalho (o lugar do assalto); e o fato de Nick pular por uma janela aleatória na fuga justamente no instante que o carro dos seus parceiros está passando. Já o jogo de futebol que distrai os seguranças não precisava ser uma coincidência, e sim um elemento do plano do roubo.

O fato de Nick se juntar aos bandidos drena toda a essência do personagem. O que ele tinha de diferencial era justamente ser um homem da lei que agia de forma inadequada. Então, quando ele passa para o time dos vilões, não há nada mais de interessante nele. É apenas um brutamontes violento que quer roubar.

Falhas na direção

Um diretor talentoso poderia dar um jeito nesse roteiro, mas como o próprio Gudegast assume essa função, os problemas ficam mais evidentes. Acima de tudo, a direção não explora o assalto em si, pois não oferece ao espectador a informação sobre o plano, o que é crucial para um heist movie. Está aí uma das diferenças entre o primeiro e o segundo filme – o anterior era um filme sobre assalto, este novo é só um policial.

Como resultado, a sequência do roubo se torna uma sucessão de eventos sem emoção nenhuma, porque o espectador não sabe se o plano está saindo como previsto ou não. Esse trecho se restringe apenas a apontar quanto tempo o grupo pode ficar num setor e quanto falta para ir ao seguinte. Para tornar esse momento mais desinteressante ainda, todos estão de máscara, portando fica difícil saber quem é quem. O pouco suspense que funciona se concentra na escapada de Nick, que fica preso no prédio.  

Definitivamente, não foi uma boa Christian Gudegast realizar esta sequência ao invés de um novo filme a partir do zero. Covil de Ladrões 2 nem parece ser uma continuação. Se em Covil de Ladrões o espectador se surpreendeu porque esperava um policial e viu um heist movie repleto de reviravoltas, desta vez o efeito é contrário.

Esta era a oportunidade de Gudegast mostrar se possui talento ou se apenas teve sorte. A diferença entre os dois filmes é abissal, o que o obriga agora a demonstrar no seu próximo filme para que lado a balança pende.

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Ficha técnica:

Covil de Ladrões 2 | Den of Thieves 2: Pantera | 2025 | EUA | 144 min. | Direção: Christian Gudegast | Roteiro: Christian Gudegast | Elenco: Gerard Butler, O´Shea Jackson Jr., Evin Ahmad, Salvatore Esposito, Orli Shuka, Cristian Solimeno, Nazmiye Oral, Dino Kelly.

Distribuição: Diamond Films.

Trailer:

Trailer de “Covil de Ladrões 2”

Onde assistir:
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