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Crise (filme)
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Crise

Avaliação:
6/10

6/10

Crítica | Ficha técnica

“Crise” é o primeiro dos 70 filmes dirigidos por Ingmar Bergman em sua brilhante carreira. Sua estreia carrega ainda forte influência da sua experiência anterior no teatro, mas, também, uma preocupação com a abordagem existencialista dos personagens. Tanto a transição entre o teatro e o cinema, como a questão existencial, continuariam a marcar sua vida profissional até o fim.

No filme, Nelly é uma jovem de 18 anos em uma pequena cidade sueca que foge das investidas de Ulf. Ele é um homem mais velho que é inquilino na casa onde reside, junto com a mãe adotiva Ingeborg. Sua mãe verdadeira, Jenny, resolve buscá-la para viver em Estocolmo. Junto com Jenny, chega Jack, seu charmoso namorado.

Em uma festa, Jack seduz Nelly e a beija, fator decisivo que para ela aceitar o convite de Jenny para morar em Estocolmo, o que deixa Ingeborg e Ulf arrasados. Na cidade grande, Nelly descobre que é usada por Jack, que, por sua vez, também sofre o mesmo em relação a Nelly. Da mesma forma, Ingeborg se questiona se sua dedicação a Nelly foi sincera ou para seu próprio interesse.

Análise

A narração inicial, ritmada com as mudanças dos planos que retratam a pequena cidade sueca, possui um tom leve. Ou seja, é como se estivéssemos diante de uma fábula, um relato dos dramas cotidianos dos personagens que resvala na comédia. Porém, quando Nelly decide deixar Ingeborg para viver com Jenny, o clima muda para um drama pesado. Então, os personagens passam a se questionar se agem de forma egoísta com as pessoas com quem se relacionam. Nessa mudança, “Crise” se arrasta, e o tom exageradamente teatral sobressai como um defeito.

Nesse sentido, Dagny Lind, a atriz que interpreta Ingeborg, atua em tom forçado, próprio de quem costuma trabalhar em um palco teatral. Os cenários, preparados com poucos recursos, também reforçam essa característica. Ademais, a música erra no clima da cena em vários momentos. Por exemplo, quando Ingeborg sofre pela partida de Nelly, ou na cena em que Jenny flagra os amantes em seu salão de beleza. Quem salva o filme é a bela atriz Inga Landré, que consegue construir uma Nelly dividida entre suas ingênuas fantasias e o duro amadurecimento diante da falsidade das pessoas. Posteriormente, Inga Landré se tornaria uma importante atriz sueca, com quase 90 filmes em sua carreira, ainda ativa.

Enfim, “Crise” não é uma daquelas estreias que logo evidenciam o talento do seu criador. Mas, apenas o ponto de partida para a brilhante carreira por vir de Ingmar Bergman, que cresceria a cada filme seu.


Ficha técnica:

Crise (Kris, 1946) Suécia, 93 min. Dir/Rot: Ingmar Bergman. Elenco: Inga Landré, Stig Olin, Marianne Löfgren, Dagny Lind, Allan Bohlin, Ernst Eklund, Signe Wirff.

Leia também: crítica de Chove Sobre Nosso Amor

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