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Dead Pigs (filme)
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Dead Pigs

Avaliação:
8/10

8/10

Crítica | Ficha técnica

Após dirigir e produzir alguns curtas, Cathy Yan assumiu Dead Pigs, que conta com o consagrado cineasta Jia Zhangke como produtor executivo. E esse projeto a catapultaria para Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa (2020), cuja bilheteria mundial ultrapassou os duzentos milhões de dólares.

Em Dead Pigs, encontramos indícios de uma diretora sólida. Definitivamente, o orçamento generoso foi bem utilizado nas locações e nos cenários de ponta. Em paralelo, há uma evidente preocupação em trabalhar as cores na fotografia. Assim, o filme alterna entre o cinzento e o colorido, dependendo da situação da estória. Além disso, o emprego de planos curtos torna o ritmo ágil, resultado também das cenas paralelas com os personagens principais.

Família Wang

O centro da trama é a família Wang. De um lado, temos Candy Wang, dona de um salão de beleza grande e movimentado. Tal qual a protagonista de Aquarius (2016, dirigido por Kleber Mendonça Filho), Candy é a única moradora que se recusa a vender sua casa para um empreendimento imobiliário. No caso de Candy, sua casa pertence à família por várias gerações. Mas, agora, somente esse imóvel permanece intacto. Ao redor, só resta o entulho. Afinal, todos os vizinhos já foram demolidos na vasta área do empreendimento novo.

Já Old Wang, irmão de Candy, enfrenta dificuldades financeiras, depois que todos os seus porcos morrem de causa desconhecida. Para piorar, ele investe em um esquema imobiliário fraudulento, e perde seu dinheiro. Agora, ele insiste para que a irmã aceite vender a casa da família.

Por fim, temos Zhen, filho de Old Wang. O rapaz trabalha como garçom em um restaurante chique. Eventualmente, ele se envolve com uma moça rica que é cliente habitual do local.

Com essa estória, Cathy Yan, que cresceu em Hong Kong e Washington (EUA), trabalha o impacto do capitalismo acelerado na China. Nesse sentido, Old Wang representa o chinês que é seduzido pelo dinheiro. Por isso, cai na lorota do investidor falso, e desperdiça dinheiro com o consumismo viciante das novidades tecnológicas. Em sentido oposto está sua irmã. Candy valoriza a memória da família e não aceita vender sua casa. Quanto a Zhen, ele sofre as consequências da desigualdade social quando tenta namorar a cliente do restaurante.

Crítica ao capitalismo

Nessa abordagem, Cathy Yan assume uma visão crítica ao capitalismo. Primeiro, ao incluir os personagens americanos como figuras ativas do esquema honesto, bem como do desonesto, dos empreendimentos imobiliários. Depois, ao mostrar os gananciosos executivos forçando a venda da casa de Candy. Adicionalmente, ao colocar uma grande corporação como responsável pela morte dos porcos.

Dead Pigs perde um pouco de ritmo antes da parte final, como se não conseguisse desenrolar a trama para uma conclusão convincente. De fato, a resolução fecha os arcos como se tudo estivesse resolvido, sem grandes surpresas. Porém, ao inserir nesse trecho um segmento musical, juntamente com a cena durante os créditos finais, a diretora e roteirista Cathy Yan indica que é um fechamento cínico. Para ela, o capitalismo vence, e deixa todos com a impressão de embarcarem numa vida melhor. Porém, isso é tão falso como o segmento musical.   

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Ficha técnica:

Dead Pigs (2018) China/EUA. 130 min. Direção e roteiro: Cathy Yan. Elenco: Vivian Wu, Haoyu Yang, Mason Lee, Meng Li, Archibald C. McColl IV, David Rysdahl, Zazie Beetz.

Onde assistir:
Dead Pigs (filme)
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