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Desaparecidos (filme)
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Desaparecidos

Avaliação:
7.5/10

7.5/10

Crítica | Ficha técnica

O suspense policial Desaparecidos (Vanishing) reúne artistas e equipes francesas e sul-coreanas. Para a indústria do audiovisual, essa união representa uma aproximação entre o tradicional cinema da França e a tardia cinegrafia da Coreia do Sul, que tem se destacado neste século. A direção é do parisiense Denis Decourt, que começou sua carreira em 1997. E realizou longas como Ao Lado da Pianista (La tourneuse de pages, 2006) e O Pacto (Zum Geburtstag, 2013). A estrela do filme é a russa Olga Kurylenko, de conhecida carreira internacional. Ao seu lado, está Yoo Yeon-Seok, protagonista das séries Mr. Sunshine – Um Raio de Sol (2018) e Hospital Playlist (2020-2021), doramas da Netflix.

O roteiro é uma adaptação do livro “The Killing Room”, de Peter May. A cientista forense Alice (Olga Kurylenko) está em Seul para uma conferência na qual apresenta sua inovadora técnica de restauração de cadáveres danificados. É justamente o que o detetive Jin Ho (Yoo Yeon-Seok) precisa para destravar uma investigação que depende da identificação de um corpo em avançado estado de decomposição. Assim, ele pede ajuda a Alice, e logo eles descobrem uma intrincada operação de tráfico de órgãos.

Para o espectador, o filme revela o modus operandi desse esquema numa intrigante montagem no seu prólogo. Sem narração, nem truques para explicar a narrativa, esse trecho confia na capacidade do público de deduzir como tudo funciona, partindo de um aparentemente inocente homem que cuida de sua mãe doente. Em seguida, a história começa a se desenrolar, concentrando-se nas perspectivas de Jin Ho e de Alice, mas sem deixar de lado aqueles envolvidos no crime. Com isso, a chave do enredo não é descobrir os culpados, mas acompanhar como a investigação chegará até eles.

Desfecho no ar

O tom está adequado ao gênero policial, e à trama. Ou seja, prepare-se para algumas cenas lúgubres, principalmente aquelas em que Alice retira as digitais de corpos em decomposição e as reconstitui. Bem como outras dramaticamente fortes, que envolvem sequestros para retirada de sangue e órgãos, inclusive de crianças. Para atenuar, há alguns alívios românticos, com um belo tema musical retrô de fundo. No entanto, Desaparecidos não pretende afagar o espectador, e isso fica claro quando mostra que, ao salvar uma menina sequestrada, o garoto que receberia o órgão acaba morrendo. Por um lado, isso traz consistência, mas por outro esse viés deixa no ar os desfechos do romance e do fim do esquema do tráfico (pois só elimina um dos braços dele).

Já o arco da personagem Alice apresenta uma resolução que se adequa à trama principal. Antes uma cirurgiã, ela decidiu partir para a pesquisa forense após cometer um erro que levou uma paciente criança à morte. Então, na parte final do filme, ela precisará enfrentar esse trauma para salvar uma outra menina. E, assim, superar de vez esse sentimento de culpa.

Enfim, o que se sobressai é positivo. Desaparecidos prova que essa mistura do tradicional com o novo dá um bom caldo. Aliás, sendo uma produção francesa, é reconfortante essa abertura de seus realizadores para obras com ingredientes internacionais, saindo, assim, da sua zona de conforto de filmes médios sem novidades.

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Ficha técnica:

Desaparecidos | Vanishing | 2021 | 88 min | França | Direção: Denis Dercourt | Roteiro: Peter May, Denis Dercourt, Marion Doussot | Elenco: Olga Kurylenko, Yoo Yeon-Seok, Ji-won Ye, Moo-Seong Choi, Mi-won Won, Seung-Jun Lee, Woo-Hyung Kim, Soo-Ha Kim, Su-Young Park, Anupam Tripathi.

Distribuição: A2 Filmes.

Trailer:
Onde assistir:
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