O filme Desterro, que estreia hoje nos cinemas, terá uma sessão especial gratuita seguida de debate com a presença da diretora Maria Clara Escobar, dos atores Carla Kinzo e Otto Jr, Juliana Lobo (direção de arte), e Paula Pripas (produção). O evento acontece nesta quinta-feira, dia 22 de setembro, às 20h30, no Espaço Itaú Augusta.
A distribuição de ingressos acontece uma hora antes da sessão, sujeita à lotação da sala.
Sobre o filme
A documentarista Maria Clara Escobar estreia na direção de ficção com o longa Desterro. O filme teve sua première internacional no Festival de Roterdã, e participou do Festival do Rio, entre outros.
Com roteiro assinado pela própria diretora, o filme tem como protagonistas Carla Kinzo e Otto Jr. O elenco também conta com a participações de atrizes renomadas, como Bárbara Colen, Isabél Zuaa, Georgette Fadel, Grace Passô e Maria José Novais Oliveira.
Diretora do documentário Os Dias Com Ele, sobre sua relação com o pai, o filósofo e professor Carlos Henrique Escobar, Maria Clara traz a sua visão poética de cinema e de mundo para sua primeira ficção. O roteiro, que fala da relação de uma mulher com o mundo, dá sequência à investigação de Maria Clara sobre o que pode significar família e tenta traçar possíveis futuros. O roteiro conta ainda com a colaboração da atriz e protagonista Carla Kinzo e do cineasta Caetano Gotardo.
Em suma, Desterro é um embate. Não apenas entre Laura (Kinzo) e Israel (Otto Jr.), mas também entre o que define os limites entre vida pessoal e pública.
Leia a crítica do filme aqui.
A diretora fala sobre o filme
Maria Clara aponta que o próprio cinema é um reflexo desse embate. “Penso que o próprio gesto de fazer um filme é sempre um pouco isso, se elaborar um desejo, pensar em imagens e nunca conseguir exatamente realizar aquilo, mas sim realizar outra coisa que é o não-aquilo.”
Maria Clara, que também é poeta, explica como foi o processo de filmagem e a sua relação com a poesia: “Em cada cena havia um poema como referência. Então, o trabalho foi transformar os sentimentos em palavras, e as retrabalhar em ideias ou sentimentos novamente. Não acredito que as palavras devam gerar imagens na leitura do roteiro. Penso que devemos ter essa liberdade na criação de um filme.”
Contudo, sem perder o seu viés político, a diretora afirma: “Para mim, não existe discurso versus estética. A forma de contar é a forma política de fazer o filme para além dos modos de produção. É sobre como você conta e com que linguagem você está́ compactuando para fazer isso. Como você enquadra, quem você enquadra e como esse personagem enquadrado se submete ao teu quadro ou não. Então com certeza todas as opções estéticas que estão ali são decisões e posicionamentos políticos.”
Serviço:
Sessão especial de Desterro com debate
Gratuito
22 de setembro de 2022