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Deus da Carnificina (filme)
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Deus da Carnificina

Avaliação:
6/10

6/10

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Crítica | Ficha técnica

Adaptação da peça da dramaturga francesa Yasmina Reza, Deus da Carnificina é praticamente um teatro filmado. De maneira claustrofóbica, dois casais discutem sobre uma briga que ocorreu entre seus filhos.  Mas, por mais incômoda que seja a situação, ninguém consegue lhe por um fim.

A habilidade do experiente diretor Roman Polanski explora da melhor forma o restrito local onde a trama se desenrola. Ou seja, basicamente os cômodos de um apartamento e o seu hall do elevador. Movimentando bastante a câmera e os personagens, o cineasta consegue atenuar o fato de o roteiro se basear nos diálogos de uma peça de teatro original.

Deus da Carnificina mostra nesta situação uma analogia ao relacionamento socialmente aceito onde se reprime os embates com demonstrações de satisfação que não são sinceras de fato. Obviamente, o casal vivido por Jodie Foster e John C. Reilly reprova totalmente a agressão com um bastão que seu filho sofreu do filho do casal que Kate Winslet e Christoph Waltz interpretam. No entanto, revela essa insatisfação apenas sutilmente, procurando colocar panos quentes na discussão.

Após o uísque

O instrumento libertador das angústias reprimidas é o uísque servido pelo anfitrião. Embriagados, os personagens externam suas inquietudes e iniciam um confronto direto. Logo, o cenário piora quando as questões extrapolam o embate entre os casais e invadem as insatisfações nos relacionamentos de cada casal. Por outro lado, para o espectador, a caldo entorna com o uísque não só na trama, mas também no filme em si.

Sem intenção, algumas cenas beiram o caricato. Aliás, a interpretação de bêbados sempre gera esse risco. Dessa forma, aqui se explicitam os verdadeiros talentos dos atores. Por um lado, Jodie Foster e Christoph Waltz confirmam que são dignos dos Oscar que ganharam (Foster em 1989 e 1992 como atriz principal e Waltz em 2010 como coadjuvante). Mas, por outro, Kate Winslet devia devolver seu Oscar de melhor atriz de 2008, e John C. Reilly mostra que não deveria mesmo ter ganhado quando o disputou em 2003. De fato, Winslet e Reilly exageram demais na composição de suas embriaguezes, por vezes com canastrice, gerando desconforto em quem os assiste.

Enfim, Deus da Carnificina desperdiça o argumento interessante por tentar erradamente alterar o tom utilizando humor sarcástico, quando deveria ter se mantido no drama.


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