A Ecofalante lança a Ecofalante Play, uma plataforma de streaming totalmente gratuita, exclusiva para professores, educadores e instituições de ensino. Desta forma, seu conteúdo pode ser utilizado como ferramenta para discutir em sala de aula questões socioambientais contemporâneas. Por exemplo, emergência climática, consumo, cidades, energia, conservação, economia, trabalho e saúde etc.
O acervo da Ecofalante Play conta com mais de 130 filmes brasileiros e internacionais. As obras espelham a seleção da curadoria da Mostra Ecofalante de Cinema. Esse evento acontece anualmente desde 2012 e é hoje o maior festival de cinema com temática socioambiental realizado na América do Sul. Desde sua primeira edição, a Mostra Ecofalante já atinguiu um público de mais de 500 mil pessoas desde sua primeira edição.
Além de organizar a mostra, a Ecofalante desenvolve projetos de cunho educacional ao longo do ano, exibindo filmes e organizando debates e formações de professores em escolas, universidades e equipamentos culturais.
Distanciamento social
Assim, a plataforma Ecofalante Play surge para adaptar essas atividades à nova realidade de distanciamento social, bem como para ampliar e democratizar o acesso aos conteúdos oferecidos pela organização. Aliás, o momento é propício, pois no contexto da pandemia, as atividades à distância são priorizadas.
De fato, em 2020, a Mostra Ecofalante de Cinema foi pela primeira vez realizada por streaming e a demanda foi enorme. Mais de 200 mil pessoas assistiram aos filmes e debates em quase 1.800 municípios do Brasil. Adicionalmente, durante o evento, ocorreu uma importante participação das universidades, e isso estimulou a criação da plataforma para atender diretamente o setor educacional de todo o país.
E, para utilizar a Ecofalante Play, os professores precisarão realizar, na própria plataforma, um cadastro vinculado à sua instituição de ensino, podendo assim ter acesso ao catálogo de filmes e agendar uma sessão.
No catálogo da plataforma, destacam-se produções premiadas em diversos festivais ao redor do mundo e que foram sucesso na edição mais recente da Mostra Ecofalante de Cinema. Os títulos estão divididos em eixos, conforme abaixo.
Emergência Climática
“Breakpoint: Uma Outra História do Progresso“, dirigida por Jean-Robert Viallet, analisa 200 anos de desenvolvimento para fornecer uma visão alternativa de nossa história do progresso.
“A Era das Consequências” (EUA) investiga, pelas lentes da Segurança Nacional norte-americana, os impactos das mudanças climáticas em conflitos ao redor do mundo, revelando como a escassez de água e alimentos, a seca, as condições climáticas extremas e a elevação do nível do mar funcionam como “catalisadores de conflitos”.
“Obrigado, Chuva” (Noruega/Reino Unido) é assinado por Julia Dahr, eleita pela Forbes como uma das 30 personalidades jovens que estão definindo a mídia mundial. A cineasta acompanha um pequeno agricultor queniano para registrar os impactos das mudanças.
Consumo
“Ladrões do Tempo”, uma coprodução Espanha/França dirigida por Cosima Dannoritzer, investiga como o tempo se tornou uma nova fonte cobiçada. Premiada no United Nations Association Film Festival, a obra ouve especialistas para revelar o quanto a monetização do tempo, por um sistema econômico agora predominante, afeta a vida cotidiana.
O canadense “Beleza Tóxica“, de Phyllis Ellis, exibido no festival HotDocs – um documentário contundente sobre a falta de regulação da indústria cosmética e sobre o verdadeiro custo da beleza.
“O Custo do Transporte Global“, coprodução entre a Espanha e a França dirigida pelo vencedor de mais de 30 prêmios internacionais Denis Delestrac, faz uma audaciosa investigação sobre o funcionamento e a regulamentação da indústria de transporte oceânico – que movimenta 90% dos bens que consumimos -, assim como os impactos socioambientais ocultos.
Campo
“Os Despossuídos” (Canadá/Suíça), dirigido por Mathieu Roy como um misto de cinéma vérité e ensaio audiovisual, promove uma jornada impressionista que nos revela, em uma era de agricultura industrializada, a luta diária da classe camponesa faminta.
“Dolores” (EUA), de Peter Bratt, ganhou repercussão no Festival de Sundance e premiações em São Francisco e Seattle ao focalizar Dolores Huerta, líder trabalhista e uma das mais importantes ativistas dos direitos civis da história dos Estados Unidos.
O austríaco “Espólio da Terra“, de Kurt Langbein, retrata investidores globais tanto em seu discurso sobre economia sustentável e prosperidade quanto em suas contradições: despejos, trabalho escravo e fim dos pequenos proprietários.
Povos Tradicionais
A produção brasileira “Amazônia Sociedade Anônima”, do diretor Estêvão Ciavatta, focaliza índios e ribeirinhos que, em uma união inédita liderada pelo Cacique Juarez Saw Munduruku, enfrentam máfias de roubo de terras e desmatamento ilegal para salvar a floresta Amazônica.
O documentário “Resplendor“, de Claudia Nunes e Erico Rassi, ganhou o Prêmio do Público de Melhor Curta na 9ª Mostra Ecofalante ao retratar um capítulo ainda muito obscuro da nossa história: a existência de um centro de detenção indígena, na cidade de Resplendor (MG), chamado Reformatório Krenak.
“Martírio“, dirigido por Vincent Carelli em colaboração com Ernesto de Carvalho e Tatiana Almeida, busca as origens do genocídio praticado contra os índios Guarani Kaiowá. A produção foi premiada no Festival de Brasília, na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e no Festival de Mar del Plata.
Link para acesso à plataforma: https://play.ecofalante.org.br/
fonte: divulgação