O documentário Educação Presente Para o Futuro, de Patricia Travassos, investiga o impacto da tecnologia na educação. O filme terá exibição no Canal Futura no dia 15 de outubro, às 20h, e ficará disponível na Globoplay.
Educação Presente Para o Futuro mostra que a verdadeira conexão, capaz de reduzir a evasão de alunos e aumentar o prazer no aprendizado, se dá entre a sala de aula e os desafios do seu entorno, qualquer que seja a realidade onde a escola está inserida. Assim, as instituições de ensino não podem ser uma “redoma” que protege o aluno dos problemas reais que afetam a qualidade de vida dele, da família e de sua comunidade. Quando convidado a buscar conhecimento para criar soluções, o estudante se engaja, aprende a questionar e se torna um sujeito ativo, protagonista do próprio aprendizado. E, mais do que isso, ele passa a acreditar que pode fazer a diferença.
Com exemplos de norte a sul do país, o filme mostra que a tecnologia nas escolas está a serviço dessa atitude. Ela potencializa o ativismo e a capacidade de transformar o presente num futuro mais diverso, mais responsável e mais justo.
“Vamos colocar os pingos nos Is e a tecnologia no seu devido lugar: a serviço dos estudantes. Nunca o contrário. Para que não se tornem reféns de dispositivos eletrônicos, eles precisam ser ensinados desde cedo não só a lidar com essas novas ferramentas, como a tirar o melhor proveito delas para ganhar potência”, afirma a diretora do documentário.
Alunos engajados
Diferente das gerações passadas, os jovens de hoje estão conectados com o mundo todo. Por isso, o compartilhamento de informações não está mais restrito aos colegas de sala. “Estamos vivendo um momento desafiador de colocar em prática o Novo Ensino Médio brasileiro e o filme reflete sobre uma grande oportunidade para as escolas se transformarem para melhorar a qualidade do aprendizado, engajar os alunos e, consequentemente, reduzir a evasão escolar”, avalia a consultora técnica da produção, Luciana Allan, diretora do Instituto Crescer, que atua na formação de professores em tecnologia, em todo o Brasil.
Para Patricia Travassos, “além de formarem um repertório gigante de referências, os estudantes hiperconectados são muito estimulados a se engajarem em causas coletivas. E aí, quando atitudes positivas se encontram com a tecnologia, a mágica acontece e os resultados são potentes.”
O filme Educação Presente Para o Futuro apresenta uma narrativa conduzida por seis jovens ativistas que foram reunidos no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, para pensarem juntos sobre o futuro da educação. De 15 a 21 anos, eles foram selecionados pela atuação deles em causas ambientais, de diversidade e de inclusão na educação.
Além deles, o documentário reúne também alguns projetos premiados criados em escolas públicas e particulares de norte a sul do país que adotaram metodologias ativas ligadas à tecnologia, colocando o aluno no centro do processo de aprendizagem – tais como gamificação, sala de aula invertida, aprendizado baseado em problemas, educação midiática e empreendedora, entre outras.
Um documentário para um amplo público
“Tínhamos uma grande preocupação de tornar a mensagem do filme capaz de dialogar com escolas nas mais diferentes realidades e geografias. Não nos interessava conversar apenas com escolas que tivessem recursos para investir em super laboratórios maker ou de informática. Recursos são muito bem-vindos, mas o mais importante vem antes disso: a conexão da sala de aula com a realidade do entorno que afeta a qualidade de vida dos alunos e os engaja ao conhecimento em busca de soluções para problemas reais”, conta Patricia.
Nesse sentido, vale destacar a história gravada num povoado, no interior do Maranhão, que mostra a atitude de Erica. Uma menina que decidiu criar uma escola e assumiu o papel de professora para que seus vizinhos não ficassem sem aprender durante a pandemia. Com o uso das redes sociais, ela conquistou apoio financeiro e concretizou o projeto que começou como uma brincadeira de criança.
Os exemplos selecionados para o filme comovem, e atraem um público muito além do técnico, com uma linguagem acessível e muita sensibilidade. “A gente pretende que o doc sirva de ferramenta para profissionais de educação junto aos alunos. Mas também que ele possa gerar discussões saudáveis na mesa de jantar das famílias que se preocupam em acompanhar e melhorar a educação dos filhos”.
(foto: divulgação)