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Ela Quer Tudo (filme)
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Ela Quer Tudo

Avaliação:
8/10

8/10

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Crítica | Ficha técnica

Quando dirigiu este seu segundo longa-metragem de sua carreira, Spike Lee ainda não possuía a popularidade que conquistaria com Faça a Coisa Certa (1989). Seu talento, porém, já estava evidente, tanto que Ela Quer Tudo ainda hoje soa fresco e arrojado.

Nola Darling é uma garota novaiorquina que já foi para a cama com vários homens e, atualmente, se divide entre três amantes. Jamie, o rapaz comum de classe média baixa de Brooklyn, o endinheirado e bombado Greer, e o agitado tirador de sarros Mars, vivido pelo próprio Spike Lee. Enquanto Nola está confortável com esse relacionamento aberto com três amantes, estes exigem que ela se decida por um deles. Ela, porém, insiste em afirmar que não é “mulher de um homem só”.

Linguagem audiovisual

Filmado em preto e branco, Ela Quer Tudo evita o lugar comum. Cada protagonista se apresenta em separado, falando diretamente para a câmera e com o nome escrito na tela, em estilo de depoimento documental. Além disso, as cenas de sexo possuem estilos diferentes que se adequam às personalidades distintas dos amantes. Assim, a sequência com Jamie possui câmera lenta e trilha sonora de jazz. Com Greer, vários cortes estão sincronizados com os batuques afros, e muitos closes extremos preenchem o encontro com Mars.

Da mesma forma, Spike Lee brinca com a linguagem audiovisual na colagem com vários amantes de Nola. Ou seja, quando ela recorda as cantadas que ouviu deles, criando um efeito cômico inteligente, que se conecta com a entrada do flashback do momento em que conheceu Jamie.

O mais romântico deles, Jamie protagoniza a única sequência a cores do filme, que remete ao clássico O Mágico de Oz (1939). Ele pede a Nola que bata três vezes seus sapatos para receber seu presente de aniversário, que é um número de dança filmado com cores bem vivas.

Cada plano do filme foi criteriosamente estudado para fins da narrativa, e merece destaque o trabalho do diretor de fotografia Ernest Dickerson, que criou várias cenas com enquadramentos belíssimos. Merece destaque a sequência de fotos no metrô para contar o trajeto que Jamie percorre de seu apartamento até o de Nola, que requer sua presença imediata no meio da noite.

Até mesmo nos créditos, Spike Lee quis inovar, e coloca os atores se apresentando para a câmera.

Ainda atual

Assim, o filme continua atualíssimo devido a essa direção talentosa de Spike Lee. E, também pelo tema, já que hoje o empoderamento feminino continua uma luta. Afinal, ainda a sociedade tem restrições a comportamentos liberais como o de Nola, que busca nos três amantes, um homem completo que reuniria as melhores qualidades de cada um. Aliás, o filme e o tema são tão atuais que deram origem a uma série com o mesmo nome, criada em 2017 e que está disponível na Netflix.


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