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Entre Lençois (filme)
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Entre Lençóis

Avaliação:
3/10

3/10

Crítica | Ficha técnica

Enclausurar dois atores em um único cenário e relatar o que se passa durante uma noite apenas. Esse representou o desafio dos realizadores de “Entre Lençóis”. Reynaldo Gianecchini e Paolla Oliveira vivem personagens que se conhecem numa balada e de lá acabam direto num quarto de motel. Lá, fazem sexo várias vezes e discutem suas relações com os parceiros atuais. Tensão, paixão e volúpia se alternam durante a noitada.

O sucesso de uma trama assim tão enxuta depende, fundamentalmente, de um roteiro genial. A partir daí, atores excelentes e, finalmente, direção competente. “Entre Lençóis” peca logo no mais fundamental. O roteiro não consegue atingir o aprofundamento que se espera em uma estória tão intimista. O filme apresenta momentos de romance, de sexo, de humor e, sim, de drama. Mas, tudo muito superficial e com diálogos banais que, na maioria das vezes, não funciona. Em alguns trechos, soa como se estivéssemos perante um daqueles encontros com pessoas que não conhecemos bem, forçados a manter uma conversa. Por exemplo, em certo momento, Roberto (Gianecchini) pergunta a Paula (Paolla Oliveira): “Por quê vocês (mulheres) vão sempre em dupla ao banheiro?”.

A trama

Paula escolhe Roberto na boate para passar uma última noite de sexo com um estranho, antes de se casar. Já Roberto está se separando e deseja um novo relacionamento. Acabam se apaixonando durante a noite. A disposição dos dois em largarem de vez seus companheiros para viverem um novo romance se choca com o remorso que sentirão por ferirem seus antigos amores.

Esse poderia ser o motivo para se desenvolver um aprofundamento dos personagens. Ou seja, explorando suas inquietudes, desnudando suas aflições e, talvez, despertando um ato desesperado. Porém, isso nunca acontece, e os personagens acabam soando tolos, vomitando frases que não exprimem o que sentem realmente. Em certo momento, as sentenças são tão banais que são montadas em sequência isolada, cortadas com um efeito cortina. Com isso, fica evidente a ausência do intuito de se trabalhar uma ideia. Pelo contrário, o filme se restringe apenas a citar afirmações frouxas, como em uma reunião social onde só se abordam amenidades.

Beleza plástica

Enfim, “Entre Lençóis” prefere se concentrar em mostrar a beleza plástica da dupla de atores, realmente belíssimos. Contudo, desfilam na tela como modelos, em roupas íntimas e até com um pouco de nudez, nunca frontal. No entanto, não explodem em volúpia, as cenas de sexo são comportadas, o que compromete a intensidade da paixão carnal que sentem um pelo outro. De fato, qualquer faísca que pudesse surgir entre Reynaldo Gianecchini e Paolla Oliveira é logo reprimida pelas frases ocas do roteiro.

Aliás, não cabe aqui culpar os intérpretes. Afinal, não lhes foi fornecido material de qualidade para trabalharem.

“Entre Lençois” poderia ser um “Último Tango em Paris” (1972). Porém, não chega nem a ser uma “Emmanuelle” (1974).


Onde assistir:
Entre Lençois (filme)
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