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Entrevista com Samuel Galli, o diretor de MAL NOSSO

Samuel Galli (diretor de cinema)

Entrevistamos o diretor Samuel Galli, diretor do surpreendente filme de terror “Mal Nosso”, que estreia nessa quinta-feira, dia 14 de março, nos cinemas. Confira o que esse fã de Freddy Krueger, Jason Vorhees e Pinhead nos conta sobre ele e sobre a produção do seu filme de estreia.

Samuel, como um cara formado em direito chegou à direção de um longa-metragem para o cinema como “Mal Nosso”? Você chegou a estudar cinema?

Fiz, como hobby, um curso rápido de cinema na NYFA em Los Angeles e na conclusão do curso entreguei um curta, “Dead Lovers Night”, que pirou o pessoal lá. Não coloquei o curta em nenhum festival pois era restrito ao curso. Devido ao curta, fui muito encorajado pelos professores a continuar e aqui estamos.

Mal Nosso” não parece um filme de estreia de um diretor. Você contou com técnicos experientes para filmá-lo?

Todos marinheiros de primeira viagem, somente a pós contou com profissionais experientes e de ponta do mercado.

Impressionante! Qual a sua relação com o gênero terror? É um nicho que pretende continuar a explorar ou pretende explorar outros gêneros?

Quero fazer mais alguns filmes de terror e transitar para o drama. Nasci nos anos oitenta, meus ídolos são Freddy, Jason, Pinhead e etc. Depois comecei a me interessar pelo terror italiano e pelo período da chamada violência extrema do cinema francês e filmes como “A Invasora” (À l’intérieur, 2007), “Mártires” (Martyrs, 2008) e “Alta tensão” (Haute Tension, 2003).

O filme tem uma das cenas mais impactantes que assisti nos últimos anos (e olha que vejo muitos filmes!), que é aquela em que o assassino de aluguel cumpre seu contrato com Arthur. Como antes acompanhamos o serial killer conversando longamente com as garotas no bar, nos acostumamos com esse ritmo mais lento, então, embarcamos na cena cotidiana do pai e da filha na cozinha sem desconfiar que logo aconteceria uma tragédia. O quanto disso foi planejado por você para conduzir o espectador a esse impacto?

O filme tem um orçamento muito baixo, então tive que assumir alguns riscos e fazer uma fórmula diferente para bater de frente com outros filmes com orçamento cinquenta vezes maior. Então, as sequências que você mencionou foram super calculadas, a violência, o cotidiano, a transição, o parabéns e o impacto.

E por quê você colocou a cena com violência mais explícita (o serial killer tirando o escalpe da sua vítima) logo na primeira parte do filme?

É um risco, mas é um truque para que o espectador fique apreensivo durante todo filme.

Com certeza, deu certo! A opção de usar maquiagem para criar os seres do além foi muito acertada, você obteve um resultado muito superior a filmes com maior orçamento, como “As Boas Maneiras”. Como foi essa escolha?

Eu gosto de efeitos práticos e não gosto de computação gráfica.

Ao contrário da maioria dos filmes de terror, “Mal Nosso” apresenta uma conclusão para cima e não deprimente – o plano de Arthur deu certo e o serial killer será devidamente punido. Você poderia comentar sobre essa opção?

O filme é sobre sacrifício, e quando você se sacrifica por algo maior, certamente vai dar certo. Essa é a mensagem do filme.

Sobre a produção, os R$ 350 mil do orçamento vieram exclusivamente de investimento privado?

Sim. Como era nosso primeiro trabalho, e um filme de terror, seria muito difícil pleitear dinheiro que não fosse nosso, então fizemos sem nenhuma lei de incentivo nem patrocínio. Não que eu seja contra, pelo contrário, sou 110% a favor. Mas não era uma opção viável para nós naquele momento.

Você acompanhou todo o circuito dos festivais pelos quais “Mal Nosso” passou? Alguma experiência marcante nessa jornada que gostaria de divulgar?

Fui em alguns. Fui pra Cannes no Marche du Film, no festival de Moscou, FrightFest, Sitges, Blood Window e Fantaspoa. E tenho várias histórias que dariam pra fazer um livro. Uma delas é que viajei 32 horas para Moscou na estreia mundial do filme e duas horas antes o DCP deu pau. Quase fiquei louco, mas o agente de venda conseguiu subir o filme pelo Asperia, que é um sistema de transmissão de dados em alta velocidade.

Samuel, você já tem planos para um novo filme?

Sim, estou escrevendo um roteiro que vou dirigir pra Paris Filmes.

“Mal Nosso” terá uma sequência?

Passei muito tempo com o “Mal Nosso” e vou dar uma descansada dele, mas que sabe…

Em outubro deste ano, acontece a primeira edição do Horror Expo, que pretende ser uma comic con do gênero terror. Você participará desse evento?

Já conversei com os organizadores e é muito provável que eu vá.

Espero que sim. Finalizando, qual sua expectativa de público para “Mal Nosso” nos cinemas?

Isso depende de muitos fatores, mas espero que o público esteja disposto a ver algo diferente e que vá ao cinema.

Samuel, obrigado e parabéns pelo filme!

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