A série Euphoria mergulha fundo no mundo obscuro atualmente existente que a maioria desconhece, onde jovens se viciam em drogas pesadas e praticam sexo com estranhos que conhecem pela internet, em perigosos encontros em hotéis baratos ou com uma câmera online.
Por isso, a série traz o verdadeiro “wild side” da canção de Lou Reed às telas da tv pela HBO, com muita ousadia por parte de todos, inclusive dos jovens atores como Zendaya (a adolescente dos novos filmes do Homem-Aranha com Tom Holland) e Maude Apatow (filha do diretor Judd Apatow).
E a série não deixa falsos pudores impedirem de transmitir autenticidade no seu tema degenerado. Há muitas cenas de consumo de drogas e nudez (principalmente masculina). Para se ter uma ideia, uma jovem faz sexo virtual com um homem que se masturba na tela. No entanto, nunca há sensualidade nas cenas de sexo em Euphoria, nem exaltação aos efeitos dos alucinógenos.
A série se concentra em um grupo de jovens que convivem nesse meio, tendo como protagonista principal a adolescente Rue (Zendaya), que começa o primeiro capítulo narrando seu retorno à casa depois de passar por uma clínica de reabilitação para curar seu vício em drogas, uma batalha que será constante por toda a primeira temporada.
Há vários outros personagens importantes, e a parte inicial de cada episódio enfocará o passado de um deles.
Um clima pesado
Mas os hábitos depravados não são restritos aos jovens. O pai de um deles exige que o filho seja o mais forte da turma, capitão do time de rugby da escola, mas ele mesmo se esconde atrás da fachada de pai de família para sair com jovens garotos e garotas.
A ousadia de Euphoria, série criada por Sam Levinson, não gira em torno somente de seu tema. Sua narrativa inclui até uma inusitada sequência musical, justamente a que fecha a primeira temporada, e que pode ser interpretada de duas formas, ambas amargas. Esse trecho pode significar a morte de Rue ou seu retorno ao vício das drogas.
Dessa forma, Euphoria sempre mantém um clima pesado, pessimista até. Definitivamente, não é para qualquer público, mas é um relevante retrato desse mundo atual e pouco conhecido tão a fundo.
